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Estado de Minas

Deputados ensaiam mudança de partido e podem alterar composição na Assembleia de Minas

Uns negam, outros confirmam conversas, mas é fato que parlamentares mineiros se organizam, confiantes na aprovação de uma janela de transferências em setembro


postado em 24/07/2015 06:00 / atualizado em 24/07/2015 10:46

Nos bastidores da ALMG, o cálculo é de que pelo menos 10 deputados devem trocar de legenda (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS 8/7/15)
Nos bastidores da ALMG, o cálculo é de que pelo menos 10 deputados devem trocar de legenda (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS 8/7/15)

A abertura de uma janela para trocas partidárias em setembro – em virtude da reforma política aprovada pela Câmara dos Deputados – ainda nem foi confirmada pelo Senado, mas já assanhou os partidos com representação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Nos corredores da Casa fala-se na possibilidade de pelo menos 10 deputados deixarem suas legendas para se abrigar em outras. A maior parte da movimentação seria dos eleitos por partidos menores em direção ao Palácio Tiradentes. De olho em benesses para suas bases, deputados miram um lugar mais próximo do Executivo mineiro, mas, por enquanto, preferem manter o silêncio sobre o seu futuro.

O PMDB garante ter pelo menos cinco novas aquisições garantidas, mas a mexida vai depender do consenso na atual bancada, que é a segunda maior da Casa, com 10 cadeiras. “Temos um entendimento dentro da bancada de que não entra filiado com mandato se não tiver a aquiescência de todos os deputados, mas já temos nomes que, abrindo a janela partidária, virão na hora”, afirmou um peemedebista. Entre os dados como certos está o tucano Lafayette Andrada, que estaria se movimentando com vistas a concorrer à Prefeitura de Juiz de Fora, na Zona da Mata. “Não tem nada disso, estou firme no PSDB”, retrucou Andrada.

Outro tucano citado entre as possíveis trocas que negou a saída do ninho é Antônio Carlos Arantes. “Tive uma sondagem do PMDB e até houve essa possibilidade antes de eu me filiar ao PSDB, anos atrás. Agora estou muito bem e não tenho intenção de sair do PSDB”, disse.

O PR também espera terminar o ano mais encorpado, podendo agregar até quatro nomes. O deputado estadual Leo Portela, que preside o partido em Belo Horizonte, disse estar fazendo um trabalho de aumento da bancada. “Já temos dois deputados certos para vir e dois com conversas muito bem avançadas”, afirmou. Com as novas adesões, o partido ganharia o status oficial de bancada, já que é necessário ter pelo menos cinco cadeiras para isso.

O líder de Governo, Durval Ângelo (PT), disse que as conversas ocorrem com vários partidos e pelo menos 10 estariam para aderir às legendas da base. “Temos alguns que já votam com a gente, como o Braulio Braz e o o Missionário Márcio Santiago, do PTB, o Neilando Pimenta (PP) e o Nozinho (PDT) e outros seis que votam eventualmente com a base”, afirmou o petista. Para Durval, o núcleo duro da oposição está enfraquecido e deve perder espaço. “Isso é dentro da lógica política, sempre foi desse jeito, o poder atrai”, afirmou.

Desmentidos Já o líder da minoria, Gustavo Valadares (PSDB), contesta Durval e diz que as conversas de mudanças nos últimos dias foram todas desmentidas. “Acho que pode haver trocas se aprovarem a janela partidária, mas, se isso ocorrer, acho que vai ser muito mais em razão da disputa do ano que vem do que essa relação de situação ou oposição”, afirmou.

Não é o que pensa o deputado Neilando Pimenta. O parlamentar estreante na Assembleia confirmou ter recebido convites do PMDB e do PSD e disse estar analisando. Ele vai reunir os prefeitos da região do Mucuri e Jequitinhonha para decidir o que é melhor para o mandato. “Estamos analisando, depende da minha base e do que podemos agregar de investimentos na região”, afirmou. Pimenta, porém, disse ter sido atendido com a retomada de obras em Teófilo Otoni, mesmo estando na oposição.

Já o deputado Glaycon Franco (PTN) colocou como grande a tendência de “participar de outro projeto” caso se confirme a janela partidária. “A gente recebeu convites do PV, PSB, PSD e PMDB e estamos analisando essa alternativa para viabilizar as demandas da região, que são enormes”, afirmou, se referindo aos municípios do Alto Paraopeba. Cotado como possível candidato a prefeito de Conselheiro Lafaiete, Glaycon Franco negou a intenção de concorrer e disse que sua eventual mudança teria mais a ver com afinidade com o bloco governista. O PTN integra o bloco de apoio à base oficial do governo petista.


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