Líderes do PSDB no Congresso acusaram o PT de "arrogância" e "oportunismo" ao comentar, em nota divulgada neste sábado, 25, o episódio de uma possível aproximação entre tucanos e petistas para enfrentar a crise política e econômica. "O oportunismo do PT não tem limites", diz a nota assinada pelos líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e na Câmara, Carlos Sampaio (SP). "Permaneceremos onde estamos."
No texto, os tucanos criticam a suposta tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de se reunir com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para frear articulações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para Cunha Lima e Sampaio, o único propósito dos petistas é dividir o "ônus da crise" com a oposição.
"Passaram anos estimulando a intransigência, o rancor e dividindo o país entre o 'nós e eles'. Entre o governo e a oposição. Agora, sob o pretexto de uma súbita preocupação com o Brasil, dizem querer buscar o diálogo com quem antes rechaçavam. Para quê? Por que só agora?", perguntam.
Na avaliação dos parlamentares tucanos, os petistas tentam uma aproximação não para salvar o País, mas, sim, o partido. "Nunca deram ouvidos aos seguidos alertas da oposição sobre os erros anunciados e cometidos pelo governo que nos trouxeram para a grave crise em que nos encontramos (...). Não estão preocupados com o país, mas com eles mesmos", escreveram. "Sem nenhuma autocrítica, sem reconhecer o estelionato eleitoral a que submeteram o país, sem nenhum pedido de desculpas pela ganância, pela corrupção e pelo desrespeito aos brasileiros que tomou conta do Estado nacional, acenam à oposição com o único propósito de tentar dividir conosco o ônus da crise que eles mesmos criaram."
Para o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), a hora é de deixar a disputa política de lado. "Não dá para apostar no quanto pior, melhor", argumentou Delcídio. "Isso nem condiz com a história do PSDB."