Brasília – Afinados com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) desde que ele derrotou o governo Dilma Rousseff e o PT e assumiu a presidência da Câmara, em fevereiro, os partidos de oposição adotaram nos últimos dias, em sua quase totalidade, uma posição crítica ou de distanciamento cautelar em relação ao peemedebista. A notícia de que o lobista Júlio Camargo agora acusa Cunha de ter recebido US$ 5 milhões em propina e os rumores da iminente denúncia que será feita contra ele pela Procuradoria-Geral da República levaram os principais adversários da presidente Dilma a evitar abordar o tema, à espera dos desdobramentos.
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DERROTAS A dobradinha Cunha-oposição foi a principal responsável pelas sucessivas derrotas de Dilma Rousseff no plenário da Câmara. Após a notícia da suposta propina de US$ 5 milhões, a defesa pública de Cunha na oposição ruiu. À exceção do Solidariedade, os demais oposicionistas ou pedem o seu afastamento do comando da Câmara (PPS e PSOL) ou usam o discurso de que tudo deve ser investigado.
Na sessão de março, o PSDB foi um dos mais efusivos na defesa de Cunha.