Eles são jovens, muitos ainda não escolheram o caminho a seguir no futuro, mas já sabem exatamente o que querem para Belo Horizonte. Quarenta estudantes do ensino médio da capital mineira apresentaram à Câmara Municipal nove propostas para melhoria das áreas de segurança pública e direitos humanos. As sugestões serão analisadas pela Comissão de Participação Popular da Casa Legislativa e podem dar origem a futuras leis da cidade ou indicações para a prefeitura.
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Lideranças religiosas debatem 'ideologia de gênero' durante encontro em BHHá quase 70 anos, costureira de BH confecciona togas usadas por juízes de todo paísIgrejas querem direito de ajuizar ações no SupremoHelvécio Magalhães assume mais funções no governo de MinasMP do ensino médio tem 567 emendas no Congresso; Supremo pede explicaçãoAlém de conhecer o funcionamento dos poderes, estudantes participaram ativamente do processo legislativo e, desde fevereiro, debateram propostas para mudar a realidade de BH. Para os jovens vereadores, é preciso implantar programas sociais e educativos que ofertem esporte e lazer para crianças e adolescentes. “Na minha escola mesmo não tem aula de educação física”, afirma Lucas, que ajudou a elaborar a proposta.
Ao debater sobre assuntos polêmicos, Lucas pôde até mudar de opinião.
Num momento em que atitudes preconceituosas vêm ganhando a cena, estudantes pedem mais campanhas contra a discriminação de gênero, raça ou religião. Eles também querem mais policiais nas ruas, e que os agentes sejam mais ágeis. Para os jovens, os profissionais da segurança pública têm de passar por teste psicológico uma vez por mês e ser punidos caso tenham desrespeitado a população.
COBRANÇAS Os participantes do Parlamento Jovem pedem também o monitoramento de grupos com práticas violentas e preconceituosas, a implantação de projeto de lazer, esporte e cultura para o aumento da sociabilidade de alunos com deficiência física ou mental e a ampliação de asilos.
Segundo o suplente do presidente da Comissão de Participação Popular, vereador Adriano Ventura (PT), que recebeu as propostas dos jovens parlamentares, elas serão analisadas por um relator e podem se transformar em leis de iniciativa popular. “O projeto tem de passar pelo mesmo processo dos demais”, explica, animado com as sugestões. “Temos a chance de trabalhar com novos valores. Os jovens pegaram tudo que sofrem na realidade”, diz Ventura.
A coordenadora do Parlamento Jovem em BH, Rosemary de Souza Silva, afirma que as propostas, caso não sejam matéria de projeto de lei, podem se transformar em indicações que a Câmara faz à autoridade pública responsável por resolver o problema.