Brasília - Rejeitada em abril pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e depois abandonada pelo PSDB, a proposta de pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso deve voltar para agenda do Legislativo após o recesso.
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Impeachment nesse momento é um golpe à ordem constitucional, diz Pepe VargasCâmara recebe 12º pedido de impeachment contra Dilma62,8% são favoráveis ao impeachment de Dilma, diz pesquisaAtivistas pró-impeachment acampam em frente à casa de Cunha em BrasíliaCunha diz que vai analisar pedidos de impeachment com fundamentos legaisMaioria de pedidos de impeachment tem frágil argumentação e acaba descartadaPreocupação de governadores com contas públicas ajudará diálogo com DilmaPlanalto pedirá apoio de Estados em julgamento das 'pedaladas' no TCUApesar de ter sido acusado por um dos delatores da Operação Lava Jato de ter recebido propina, Cunha será poupado nas manifestações contra a corrupção marcadas para o dia 16 de agosto. Em contrapartida, os ativistas esperam que os pedidos de impeachment, agora devidamente formatados e encorpados, sejam acolhidos.
Se antes negava de forma veemente que não encamparia a tese, agora Cunha faz mistério sobre a possibilidade de usar o expediente como mais um elemento de pressão sobre o Planalto. Segundo um aliado, o presidente da Câmara sinalizou que pode acolher os pedidos depois do recesso e antes das manifestações. Procurado pela reportagem, Cunha preferiu não comentar.
Até agora, 12 documentos foram protocolados na Casa, mas os mais consistentes serão entregues até quinta feira. "Tivemos na sexta-feira uma reunião com o (jurista) Ives Gandra e mudamos nossa argumentação.
O Movimento Brasil Livre (MBL), que se reuniu com Eduardo Cunha depois da marcha ocorrida em maio entre São Paulo e Brasília, também encorpou seu material. "Nos baseamos na tese das pedaladas fiscais. Apresentamos o parecer completo do jurista Adilson Dallari mostrando que a lei do impeachment é de 1950, portanto, anterior à reeleição", afirma Renan Santos, um dos líderes do MBL.
Desde a gestão do ex-presidente Fernando Collor, um presidente da Câmara não acolhe um pedido de impeachment. Se Cunha romper a "tradição", os requerimentos serão analisados por uma comissão composta por integrantes de todas os partidos com bancadas da Câmara.
Entusiasmo
O rompimento de Cunha com o governo e a manifestação do dia 16 reacendeu na bancada do PSDB o entusiasmo com a tese do impedimento.
"Amigos, no dia 16 de agosto vamos voltar às ruas não mais para protestar. Agora vamos pedir o impeachment de Dilma, responsável maior por um governo corrupto, mentiroso e incompetente", postou no Facebook o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), líder do PSDB na Câmara. "Se ele (Cunha) quisesse arquivar, já teria arquivado. A briga será rua versus plenário", completa o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), único parlamentar que pediu formalmente o impedimento. .