O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, disse nesta segunda-feira haver "coincidência de interesses" entre o Palácio do Planalto e os 27 governadores, chamados para reunião com a presidente Dilma Rousseff nesta semana.
O Planalto busca apoio dos governadores para sobreviver à crise política, em meio à ameaça de rejeição das contas de 2014 e as movimentações pelo impeachment de Dilma. A audiência com os governadores está prevista, originalmente, para ocorrer nesta quinta-feira às 16 horas. Todos os governadores foram convidados, inclusive os da oposição.
"Os governadores fizeram reuniões regionais com posições de trazer ao governo central a preocupação com a governabilidade. Essa é a preocupação central do Poder Executivo federal, então há uma coincidência de interesses", disse Padilha, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto depois da reunião de coordenação política com a presidente Dilma e ministros.
Na avaliação do ministro, a reunião vem em "boa hora" e supera divergências partidárias. "Estamos diante de um tema que é do interesse da nação. A nação tem interesse em ver o Brasil andar novamente no sentido do crescimento, aumentar geração de emprego, renda, reduzir dificuldades da população. Isso está acima de possíveis divergências partidárias", frisou.
De acordo com Padilha, o governo ainda não definiu o formato do encontro com os governadores. Há a possibilidade de os encontros serem divididos por região ou de todos os governadores participarem de uma plenária única. "Talvez tenha de se seccionar, porque os interesses regionais são parecidos. Por certo, os três Estados do Sul têm interesses diversos daqueles da Amazônia Legal. É algo que a Presidência ainda está avaliando", comentou Padilha.
O ministro garantiu que a conversa não se limitará ao ajuste fiscal, se estendendo a outros temas, como a reforma do ICMS. "Certamente serão colocados temas que dirão respeito mais aos governos dos Estados do que ao governo central", ressaltou.
Interrogações
Para Padilha, o País atravessa um momento com "algumas interrogações" na esfera econômica e política. "O governo está fazendo o máximo para decifrá-las", afirmou.
Sobre a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff, o ministro alegou que o governo tem adotado uma série de medidas que não provocam efeitos imediatos na vida da população. Conforme pesquisa CNT/MDA divulgada na terça-feira passada, 21, apenas 7,7% dos entrevistados avaliam positivamente o governo petista.
"O governo adotou uma série de medidas no sentido de reativar a economia, de criar o 'depois do ajuste', uma série de medidas foram adotadas, ocorre que essas medidas não têm efeito imediato", analisou. "Temos convicção de que estamos adotando medidas para mostrar aos brasileiros que a preocupação é com a nação como um todo."