O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta segunda-feira que a discussão sobre as propostas de abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff tem tido impacto na confiança dos setores econômicos. “Eu entendo que é um processo grave com consequências danosas para o país. Certamente não será bom para o ambiente econômico a própria discussão como ela está sendo feita. Não tenho dúvida de que essa própria discussão tem levado à diminuição da confiança”, ressaltou, ao participar de um almoço com empresários na capital paulista.
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A política econômica do governo foi criticada diversas vezes por Cunha, que classificou o ajuste fiscal como “pífio”. Na opinião dele, não está claro quais são os objetivos das medidas anunciadas ao longo deste ano. “Não adianta só você impor à sociedade sacrifícios.
Do lado de fora do hotel onde foi realizado o evento, um grupo levou uma faixa para protestar contra Cunha, especialmente em relação ao posicionamento favorável à redução da maioridade penal. “Hoje, o Cunha é o inimigo número um da juventude brasileira”, afirmou a militante do movimento Juntos, Camila Souza. A estudante de ciências sociais também lembrou as denúncias envolvendo o deputado na Operação Lava Jato, que investiga irregularidades e pagamento de propina em contratos da Petrobras. “Queremos que ele deixe a Presidência da Câmara”, defendeu.
Cunha não respondeu às perguntas dos jornalistas relativas às acusações que envolvem seu nome na operação. Segundo ele, por orientação do seu advogado. “Ele acha que eu falo demais”, brincou. Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, o empresário Júlio Camargo disse que Cunha pediu US$ 5 milhões de propina para viabilizar um contrato de navios-sonda da Petrobras.
Denúncias
O presidente da Câmara atribuiu as acusações a uma manobra “covarde” do governo federal.
Na avaliação dele, é o governo que está com articulação enfraquecida entre os deputados. “Eu não diria que o governo perdeu a base. Eu diria que a base do governo não tem sido sólida nos últimos meses”, disse.
Sobre a redução da maioridade penal, Cunha disse que a medida evitaria que adolescentes sejam levados por adultos para participar de crimes. “Os menores são utilizados como assaltantes por quadrilhas organizadas”, alegou, em defesa do projeto de emenda constitucional aprovado em primeiro turno pelos deputados.
Após o almoço, Cunha seguiu para um encontro com o governador Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo.
Com Agência Brasil.