Em período de cortes nas verbas para universidades federais e com dificuldades para quitar o pagamento dos servidores do estado, o governo de Minas aposta no incentivo à inovação como forma de movimentar o setor de tecnologia no estado. Lançado nessa segunda-feira (27), na Cidade Administrativa, o programa Minas Digital prevê investimentos de R$ 1 bilhão por meio de gastos públicos e privados para os próximos 10 anos. No entanto, o programa só começará a funcionar na prática no ano que vem, quando serão iniciados estudos para a criação de empresas de economia digital.

Ao lançar o programa, o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Miguel Corrêa (PT), afirmou que o programa não está criando novidades no setor, mas fortalecendo o segmento para que empresas interessadas em investir em inovações sejam atraídas para o estado. O projeto vai selecionar 600 startups (empresas com custo baixo e grande potencial) no setor de tecnologia digital e, ao final do processo de graduação, 30 empresas do segmento terão 20% de seu capital comprados pelo estado. “Serão entre R$ 100 mil e R$ 300 mil, para que elas sejam parte do desenvolvimento de Minas. Queremos fazer com que esses jovens venham montar suas empresas e se estabeleçam em Minas”, explicou o secretário.

O governador Fernando Pimentel (PT) apontou o programa como “chave para colocar Minas Gerais no século 21” e anunciou que um dos espaços para instalação de novas empresas de tecnologia – chamados hubs – será instalado no antigo Colégio Estadual Central, a Escola Estadual Milton Campos. O governador, no entanto, praticamente não participou da cerimônia de lançamento do programa. Ele chegou de helicóptero no Palácio Tiradentes poucos minutos antes do início do evento, discursou por menos de sete minutos e deixou o local rapidamente explicando que teria uma reunião em Brasília.

O programa prevê a criação de 17 polos regionais de inovação, sendo um em cada território de desenvolvimento de Minas, observando vocações regionais. Os polos contarão com Universidades Abertas Integradas (Uaitecs), parques tecnológicos, startups e instituições de ensino superior. Em cada polo regional será criado pelo menos um “hub de inovação”, que são espaços coordenados pelo estado para acompanhar o andamento do projeto e oferecer cursos de empreendedorismo relacionados com a área digital. Esses espaços terão parcerias com entidades do setor privado, como a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Sebrae e Fecomércio..