Brasília - A presidente Dilma Rousseff vai aproveitar a reunião com governadores de todo o País para anunciar que não vetará a proposta aprovada pelo Congresso que permite a Estados e municípios usarem os recursos de depósitos judiciais e administrativos para pagar, por ordem de preferência, precatórios, dívida pública, investimentos e despesas previdenciárias.
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Dilma lança site para ouvir população sobre ações do governoDilma exige que ministros enquadrem bancadas para barrar impeachmentPSDB usará inserções na TV em apoio a protestos contra DilmaDilma busca socorro dos governadores para pacto pela governabilidadeReunião com governadores não é para discutir 'pedaladas', diz senadorPerillo não vê 'nada de mais' em oposição participar da reunião com DilmaReação do governo inclui nova intenção de implementar 'agenda positiva'A medida ficou conhecida como "emenda Serra", em referência ao autor da proposta, o senador José Serra (PSDB-SP). O alívio no caixa dos governos regionais vem num momento de grande dificuldade financeira provocada pela queda de arrecadação e pelo ajuste fiscal imposto pelo governo federal.
Em meio ao ajuste fiscal, a proposta também vai ajudar Estados e municípios a cumprirem sua cota na meta de superávit primário. Os governos regionais estão com dificuldades para obtenção de empréstimos e a verba extra dos depósitos judiciais poderiam servir para bancar o cumprimento da meta fiscal, na avaliação de secretários estaduais.
Dilma vai usar o encontro para pedir ajuda aos governadores para desarmar as "bombas fiscais" em tramitação no Congresso. A ideia é que "os governadores também se mexam" para evitar a aprovação de medidas que provoquem impacto nas contas públicas. Uma das principais preocupações é com a proposta de aumento médio de 59% para os trabalhadores do Ministério Público da União e do Conselho Nacional do MP, em tramitação no Senado.
Conforme mostrou a reportagem na segunda-feira, 27, a presidente também espera o apoio de governadores para pressionar ministros do Tribunal de Contas da União. Nos bastidores, o governo avalia que a tendência do TCU é rejeitar as contas da presidente de 2014 - o que pode abrir caminho para um processo de impeachment no Congresso.
Levantamento do Planalto indica que 17 dos 27 Estados podem ser atingidos por uma espécie de "efeito cascata" se a decisão for desfavorável a Dilma. Em termos práticos, isso significa que esses 17 Estados também "pedalaram" (usaram manobras contábeis) para fechar as contas e poderão ser alvo de questionamento no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Viagens
Em mais uma tentativa de investir numa agenda positiva, a presidente inicia nos próximos dias viagens para inaugurar obras e lançar programas. O governo quer mostrar não está paralisado por causa das crises política e econômica.
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