Brasília - Terminou nessa segunda-feira, 27, sem acordo o encontro entre uma comissão do Swedish Export Credit Corporation, o banco de desenvolvimento sueco que financia a venda dos 36 caças suecos da empresa Saab ao País, e o ministro da Defesa, Jaques Wagner.
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Dilma pede à Suécia revisão de juros de financiamento dos 36 caças GripenAjuste de Levy pode atrapalhar compra de caças suecosSenado aprova operação para compra de 36 caças GripenBrasil sela acordo com Suécia para financiamento de caçasUm pré-contrato foi fechado em outubro de 2014, com a previsão de juros em 2,54% ao ano. Este ano, no entanto, em pleno ajuste fiscal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, passou a insistir em uma redução desse número, alegando que uma mudança permitiria ao Brasil gastar US$ 1 bilhão a menos em 25 anos. O contrato é da ordem de US$ 4,8 bilhões, a preços de hoje, de acordo com a Aeronáutica. O banco sueco de fomento financiará 100% do projeto, com oito anos de carência e 15 anos para pagamento. Todas as 36 aeronaves serão entregues antes de o financiamento começar a ser pago.
O contrato final deveria ter sido assinado até o fim de junho, ou o pré-contrato perderia validade. No entanto, em 23 de junho, a própria presidente Dilma Rousseff telefonou para o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, para conseguir uma extensão desse prazo, e agora a negociação pode ir até outubro, mas por enquanto não há sinais de que o tempo a mais vá trazer uma solução.
Os suecos alegam que não podem mudar os juros previstos no pré-contrato, aprovado pelo Parlamento e que tem base na taxa prevista pelo Banco Central europeu. Mais do que isso, apesar do interesse no negócio - o maior já feito para a venda do Gripen -, a redução dos juros abriria um precedente que o país não estaria disposto a enfrentar, já que 60% da sua economia vem de exportações.
A diretoria do SEK, que esteve ontem com Wagner, teria oferecido, mais uma vez, a dilatação dos prazos de pagamento, reduzindo a parcela que deveria ser paga em 2016. Mas a equipe econômica acha que isso não é suficiente e insiste na redução dos juros.
Precedente
A intenção de Levy seria usar a redução dos juros com a Suécia como precedente para negociar outros acordos internacionais, o que leva o ministro a bater o pé na redução dos juros. Fontes do governo confirmam que o titular da Defesa ainda tentou oferecer uma taxa intermediária, mas ainda mais alta do que Levy gostaria. No entanto, não houve resposta positiva. O governo apreciou, pelo menos, o fato de a direção do SEK ter vindo ao Brasil.
A falta de um acordo, no entanto, atrasa o acesso brasileiro à tecnologia do Gripen. O contrato precisa ser assinado para que o primeiro grupo de 100 engenheiros brasileiros da Embraer, além dos técnicos da Aeronáutica, possa se mudar para a Suécia e participar do desenvolvimento do novo modelo do caça. Enquanto o trabalho lá continua, os brasileiros ficam à margem do desenvolvimento de tecnologia, justamente a parte que mais interessava à Aeronáutica quando se decidiu pela aeronave sueca.
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