Brasília - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou nessa terça-feira, 28, que a Operação Lava-Jato gera impacto econômico de curto prazo no país. Barbosa ponderou que as investigações são benéficas e trarão eficiência no longo prazo.
"Qualquer investigação, qualquer processo de combate à corrupção é benéfico, mesmo que possa ter algum impacto de curto prazo sobre o nível de atividade, sobre algumas empresas", disse. O ministro ressaltou que o país tem instituições sólidas e que "a economia e a sociedade sempre saem mais fortalecidas desse processo".
De acordo com Barbosa, a operação Lava-Jato pode ter impactos na revisão de planos de investimentos de algumas empresas, mas pontuou o lado positivo da investigação. "Ao fim desse processo, as instituições e o próprio funcionamento da economia se tornam mais eficientes e mais transparentes."
PIB
As declarações de Barbosa foram dadas após a presidente Dilma Rousseff, em reunião com ministros da coordenação política na última segunda-feira (27), dizer que a Lava-Jato provocou instabilidade política e econômica no país. Segundo Dilma, a operação, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, provocou a queda de um ponto porcentual do Produto Interno Bruto (PIB).
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos políticos investigados pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito da Lava-Jato, afirmou nessa terça-feira (28) que a operação, de fato, interfere no cenário econômico, mas não ao ponto de comprometer o PIB. "Não acho que a Lava-Jato é culpada pela queda do PIB, ninguém é maluco. A queda do PIB vai ser muito maior do que a queda que ela (Dilma Rousseff) anunciou, que pode ser impactada pela Lava-Jato", disse Cunha.