Preso na terça-feira (29), o presidente licenciado da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, é um renomado engenheiro, com pós-graduação no Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), nos EUA. Criou o programa nuclear brasileiro nos anos 1970, ainda na ditadura, e tem laços com o PMDB do ex-presidente José Sarney e do ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau.
Leia Mais
Polícia Federal descobre esquema de corrupção na EletronuclearAlmirante da Eletronuclear cumpre prisão em QGHugo Motta quer saber se CPI pode investigar Eletronuclear, novo alvo da Lava-JatoSuíça põe diretor de empreiteira na mira de investigação Cunha silencia sobre Catta Preta; presidente da CPI nega perseguiçãoAdvogada de delatores diz se sentir perseguida e intimidada por membros da CPIEm dezembro de 2008, o governo Lula fechou com os franceses a fabricação de quatro submarinos convencionais, criticados por especialistas, e um nuclear. Na Comissão de Relações Exteriores, em 2009, os deputados acusavam a Odebrecht — hoje investigada na Lava-Jato e com um executivo citado na operação de ontem — de estar por trás da escolha brasileira. Fontes militares ouvidas pelo jornal disseram que esse acerto prévio existia, embora isso seja negado pelo Brasil e não seja comentado pela empreiteira.
Fato é que o estaleiro estatal francês DCNS contratou a Odebrecht.
Os submarinos comuns estão em construção, mas só devem ser entregues entre 2018 e 2022, segundo a Marinha. O nuclear só começa a ser fabricado daqui a dois anos, devendo ser entregue em 2025. Pelo segundo dia consecutivo, o advogado de Othon, Hélton Pinto, não atendeu aos telefonemas do jornal e não retornou aos recados. .