Preso na terça-feira (29), o presidente licenciado da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, é um renomado engenheiro, com pós-graduação no Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), nos EUA. Criou o programa nuclear brasileiro nos anos 1970, ainda na ditadura, e tem laços com o PMDB do ex-presidente José Sarney e do ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau.
Othon é o criador do reator para um submarino nuclear, um empreendimento de 4,3 bilhões de euros (R$ 15,9 bilhões). O negócio é cercado de polêmica. O Brasil precisava de um casco para construir a embarcação. Os franceses convenceram o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tinham a melhor solução, depois que uma delegação de deputados se reuniu com Michelle Alliot Marie, ministro da Defesa do governo Nicolas Sarkozy. Na saída do encontro, reservadamente, ele pediu uma deputada do PCdoB informasse a Lula que Sarkozy estava disposto a fornecer a tecnologia para construir do submarino nuclear brasileiro num pacote de cooperação militar que envolvia também os caças Rafale.
Em dezembro de 2008, o governo Lula fechou com os franceses a fabricação de quatro submarinos convencionais, criticados por especialistas, e um nuclear. Na Comissão de Relações Exteriores, em 2009, os deputados acusavam a Odebrecht — hoje investigada na Lava-Jato e com um executivo citado na operação de ontem — de estar por trás da escolha brasileira. Fontes militares ouvidas pelo jornal disseram que esse acerto prévio existia, embora isso seja negado pelo Brasil e não seja comentado pela empreiteira.
Fato é que o estaleiro estatal francês DCNS contratou a Odebrecht. Motivo? “A seleção da Odebrecht como parceira na empreitada foi de livre escolha da DCNS”, afirmou a assessoria da Marinha. A Odebrecht nada esclareceu e alegou sigilo em um tema “estratégico”. “Compete apenas à Marinha do Brasil a decisão de fornecer informações sobre o Programa, que envolve temas de segurança nacional.”
Os submarinos comuns estão em construção, mas só devem ser entregues entre 2018 e 2022, segundo a Marinha. O nuclear só começa a ser fabricado daqui a dois anos, devendo ser entregue em 2025. Pelo segundo dia consecutivo, o advogado de Othon, Hélton Pinto, não atendeu aos telefonemas do jornal e não retornou aos recados.
Othon é o criador do reator para um submarino nuclear, um empreendimento de 4,3 bilhões de euros (R$ 15,9 bilhões). O negócio é cercado de polêmica. O Brasil precisava de um casco para construir a embarcação. Os franceses convenceram o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tinham a melhor solução, depois que uma delegação de deputados se reuniu com Michelle Alliot Marie, ministro da Defesa do governo Nicolas Sarkozy. Na saída do encontro, reservadamente, ele pediu uma deputada do PCdoB informasse a Lula que Sarkozy estava disposto a fornecer a tecnologia para construir do submarino nuclear brasileiro num pacote de cooperação militar que envolvia também os caças Rafale.
Em dezembro de 2008, o governo Lula fechou com os franceses a fabricação de quatro submarinos convencionais, criticados por especialistas, e um nuclear. Na Comissão de Relações Exteriores, em 2009, os deputados acusavam a Odebrecht — hoje investigada na Lava-Jato e com um executivo citado na operação de ontem — de estar por trás da escolha brasileira. Fontes militares ouvidas pelo jornal disseram que esse acerto prévio existia, embora isso seja negado pelo Brasil e não seja comentado pela empreiteira.
Fato é que o estaleiro estatal francês DCNS contratou a Odebrecht. Motivo? “A seleção da Odebrecht como parceira na empreitada foi de livre escolha da DCNS”, afirmou a assessoria da Marinha. A Odebrecht nada esclareceu e alegou sigilo em um tema “estratégico”. “Compete apenas à Marinha do Brasil a decisão de fornecer informações sobre o Programa, que envolve temas de segurança nacional.”
Os submarinos comuns estão em construção, mas só devem ser entregues entre 2018 e 2022, segundo a Marinha. O nuclear só começa a ser fabricado daqui a dois anos, devendo ser entregue em 2025. Pelo segundo dia consecutivo, o advogado de Othon, Hélton Pinto, não atendeu aos telefonemas do jornal e não retornou aos recados.