A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou com um pedido de habeas corpus preventivo para evitar que a advogada Beatriz Catta Preta seja obrigada a prestar esclarecimentos à CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados. A advogada, que atuava em diversos casos da Lava-Jato, teve sua convocação aprovada no dia 9 de julho.
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Deputados da CPI da Petrobras admitem dificuldades para ouvir Catta PretaPresidente da CPI da Petrobras mantém convocação de Catta PretaCPI mantém convocação da advogada Beatriz Catta PretaAdvogada de delatores diz se sentir perseguida e intimidada por membros da CPINo pedido encaminhado hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da OAB, Marcus Vinícius Coêlho, diz que a convocação da advogada "ofende prerrogativas inerentes à advocacia, em especial a inviolabilidade do sigilo profissional, e revela-se ilegal e abusivo", diz o texto. No pedido, Coêlho argumenta ainda que o estatuto da advocacia e da OAB prevê o dever de sigilo e confidencialidade da relação entre cliente e advogado. "Sem contar a disposição do Código Penal (art. 154) que considera crime a quebra do sigilo profissional", escreveu o presidente da Ordem.
Coêlho lembra que a entidade tentou resolver essa questão administrativamente, mas que teve de recorrer ao Judiciário diante do fato de que a CPI não desistiu da convocação da advogada.
No documento encaminhado ao STF, a OAB pede que, se for realmente convocada, que a advogada seja desobrigada a prestar esclarecimentos à CPI que estejam ligados a questões do exercício de advogada e que seja impedida de assinar termo de compromisso de dizer a verdade, e que seja ainda assistida de advogado. "O ato questionado, se mantido, configura ilegítimo atentado ao exercício regular da Advocacia, ao direito de defesa e ao Estado Democrático de Direito, pois a autorização e convocação da advogada Beatriz Catta Preta para prestar depoimento sobre a origem de seus honorários acarreta ofensa à inviolabilidade do sigilo profissional assegurado ao advogado", diz o pedido.
Por último, a Ordem pede ainda urgência na decisão da Suprema Corte, alegando que Catta Preta está na iminência de ser convocada, evitando assim "constrangimento ilegal" da advogada. O pedido será analisado pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que está a cargo da Corte durante o período de recesso do Judiciário..