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Estado de Minas

Cunha rebate justificativas de Dilma para a crise


postado em 30/07/2015 20:19

Brasília, 30 - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rebateu no início da noite desta quinta-feira, 30, as justificativas dadas mais cedo pela presidente Dilma Rousseff para justificar a governadores a crise econômica vivida no País.

A presidente da República havia atribuído a crise a fatores externos como o colapso no preço das commodities e a desvalorização da moeda, impactando os preços e a inflação. Cunha disse que o governo "errou".

"Não acho que o problema esteja simplesmente nos preços das commodities. Os preços das commodities caíram, mas o dólar subiu bastante. A queda real de remuneração da commodity, se caiu um terço do preço, o dólar subiu o dobro. Então, você teve uma perda de uns 20%, 25%. Então, isso não é o causador. O Brasil tinha saldos muito grandes de balança comercial. Talvez o Brasil tenha errado por estar sem produtos competitivos e está com uma pauta de exportação muito restrita às próprias commodities", afirmou o presidente da Câmara.

Cunha também disse que a elevação da inflação se deve aos preços administrados pelo governo, como o da energia elétrica. "O governo é que errou e, de certa forma, o erro foi pago na forma de inflação. Isso não é culpa de conjuntura internacional. A crise internacional foi a de 2008, que, aparentemente, foi superada pelo Brasil", disse o peemedebista.

Ao comentar o pedido de cooperação feito pela presidente aos governadores, Cunha aproveitou para alfinetar o Planalto. "Quando fizeram grande parte dos benefícios fiscais de (isenção) IPI, afetava o FPE (Fundo de Participação dos Estados), o FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Quando você colocou o aumento do magistério acima da inflação sem repassar os recursos por portaria, também se afetou os Estados e municípios pequenos. É importante que todos estejam imbuídos para não colocar despesa para os outros e tentar, juntos, que não seja aumentada despesa, principalmente num momento difícil como este".

Quanto ao mea culpa feito pela presidente Dilma pelo não cumprimento de algumas promessas de campanha, Cunha voltou a criticá-la. "Cada um sabe a razão pela qual prometeu e sabia as condições pelas quais achava que podia cumprir o que prometeu", afirmou.

Emendas

Eduardo Cunha classificou como "normal" o governo autorizar a liberação de R$ 1 bilhão em restos a pagar de emendas parlamentares às vésperas do reinício dos trabalhos no Congresso, conforme noticiou o

Estado

nesta quinta-feira. Ele disse que o governo apenas cumpriu com um compromisso feito. "Se não fizesse isso (liberar a verba) é que poderia dar uma, digamos assim, revolta na base. Isso é o cumprimento de um compromisso. Se não fizesse é que a revolta poderia causar muitos problemas", disse Cunha. O governo prometeu liberar R$ 4,934 bilhões até o final do ano.


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