O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não quis comentar as declarações da advogada Beatriz Catta Preta, que disse ter encerrado sua carreira e abandonado seus nove clientes que defendia na Operação Lava-Jato por ter sido ameaçada pela CPI da Petrobras, comandada por um aliado do peemedebista.
Beatriz Catta Preta havia sido convocada para prestar depoimento à CPI da Petrobras para explicar a origem de seus honorários. Dias depois, um de seus clientes, o lobista Julio Camargo, disse em delação premiada que Cunha havia pedido propina de US$ 5 milhões no esquema de corrupção da Petrobras. O presidente da Câmara negou a acusação com veemência. Depois do episódio, Catta Preta resolveu fechar seu escritório.
Na entrevista desta noite, ela disse ter abandonado os clientes devido a supostas ameaças. Segundo a advogada, as intimidações "vêm dos integrantes da CPI, daqueles que votaram a favor da minha convocação".
O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), disse, em nota, que não há perseguição à advogada. "O requerimento de convocação da advogada Beatriz Catta Preta foi aprovado por unanimidade no plenário da CPI da Petrobras. A vontade de investigar a origem dos honorários da advogada é suprapartidária, o que afasta de vez a acusação de perseguição", afirmou o deputado.