Um dia depois de conclamar uma cooperação dos governadores dos 26 estados e do Distrito Federal, a presidente Dilma Rousseff voltou a afirmar, nesta sexta-feira, que o país vive um momento de "travessia" que será superado. "Nós estamos hoje no Brasil fazendo um grande esforço para o país voltar a crescer, para controlar a inflação", disse durante cerimônia de entrega de 2.932 unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida, em Maricá (RJ).
A participação de Dilma em eventos tidos como "agenda positiva" atende a um apelo feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que publicamente já disse que Dilma precisa viajar pelo país e "conversar com o povo". Durante o evento de hoje, Dilma destacou os programas sociais do governo, garantiu que o Minha Casa, Minha Vida não vai acabar por causa da crise econômica.
No final do discurso, ao agradecer por uma semana "cheia de trabalho", Dilma usou mais uma vez uma de suas metáforas para explicar a sua satisfação com a entrega das moradias. "Hoje é um dia de festa, e a gente tem balões. Além de balões, o coração da gente enche de alegria", disse.
Segundo o governo, mais de 11 mil pessoas serão beneficiadas com a entrega das 2.932 unidades habitacionais dos Residenciais Carlos Alberto Soares de Freitas (1.460 unidades) e Carlos Marighella (1.472 unidades). Os empreendimentos, somados, receberam investimento de R$ 195 milhões.
Além de Dilma, participaram da cerimônia o prefeito de Maricá e presidente estadual do PT, Washington Quaquá, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, a presidente da Caixa, Miriam Belchior, além de outras autoridades.
Apoio
A cerimônia de entrega das chaves de dois residenciais do Minha Casa Minha Vida teve cânticos de apoio à presidente Dilma, discursos inflamados e alguns deslizes. Ao fim, a presidente, após garantir que o MCMV não vai acabar, recebeu dos moradores um cartaz com os dizeres "somos todos Dilma".
Dilma se disse emocionada ao descerrar a placa dos dois conjuntos habitacionais, principalmente porque o outro guerrilheiro homenageado no nome do residencial, Carlos Alberto Soares de Freitas, foi seu colega na época da ditadura militar. "Carlos Alberto foi um irmão que eu tive durante a juventude, lutamos juntos, queríamos um País melhor, queríamos moradias para a povo", afirmou Dilma. "Mais do que honrada, me sinto emocionada. Estar aqui toca lá no fundo do meu coração."
Dilma foi recebida com gritos de "olê olê olê olá, Dilma, Dilma", conforme ensaiado por Quaquá minutos antes da chegada da presidente. Muitos empunhavam bandeiras com dizeres "Obrigado Dilma pelo fim do déficit habitacional". Em balões, o alvo dos agradecimentos era o perfeito de Maricá.
A presidente ainda saudou Pezão, a quem classificou como "uma das grandes lideranças deste País". Também ouviu o discurso inflamado de Quaquá - tanto que se atrapalhou e chegou a chamá-la de "presidenta Lula". O prefeito disse que Dilma "honra a tradição da esquerda brasileira".