Brasília, 31 - O líder da Minoria na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), disse nesta sexta-feira, 31, que foi um "erro formal" a convocação da advogada criminalista Beatriz Catta Preta pela CPI da Petrobras. Advogado de formação, o tucano disse que chamá-la para explicar a origem de seus honorários não faz parte do escopo da comissão.
"O episódio Catta Preta é um ponto fora da curva e não pode contaminar a apuração em Curitiba. A CPI não pode perder a credibilidade por conta desse episódio", declarou Araújo. A convocação da criminalista foi aprovada com o apoio dos deputados do PSDB que integram a comissão, que na ocasião alegaram que ela estava atrapalhando o andamento dos trabalhos da CPI.
A advogada afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que renunciou à defesa dos delatores da Operação Lava Jato porque "teme sofrer algum tipo de violência". "Sou ameaçada de forma velada, insistentemente, por pessoas que se utilizam da mídia para tanto, bem como pelas declarações de políticos membros da CPI", afirmou Beatriz.
Hoje, o presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), negou perseguição à advogada, disse que Beatriz está se vitimizando e que sua ida à CPI será a oportunidade para esclarecer quem está realizando as ameaças.
PSOL
Nota divulgada nesta tarde pela bancada do PSOL condenou "as ameaças veladas, cifradas" direcionadas à ex-advogada do delator Júlio Camargo e as investigações da Kroll com foco em Camargo. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) pedirá na CPI a convocação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além de requerimentos solicitando a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático do peemedebista.
"Um Parlamento sob suspeita de ter membros que compõem 'uma gangue', que agem na base de ameaças, chegou ao fundo do poço. Qualquer dos seus integrantes que não reaja a isso, exigindo apuração plena do que foi afirmado por Beatriz Catta Preta e Camargo, estará sendo cúmplice da sua desmoralização total!", diz a nota assinada pelo líder Chico Alencar (RJ).