O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu continou operando esquema de corrupção na Petrobras mesmo durante o processo de julgamento do mensalão e, também, quando estava preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, onde ficou preso por oito meses após ser condenado, em 2012, a sete anos e 11 meses por formação de quarilha e corrupção ativa no processo do mensalão. "Não temos dúvida disso", disse o procurador federal Carlos Fernando dos Santos Lima, na manhã desta segunda-feira, ao se referir à participação do ex-ministro no esquema de corrupção instalado na Petrobras para desvio de recursos da estatal. Condenado no mensalão, Dirceu foi preso na manhã de hoje durante a deflagração da 17ª Operação Lava-Jato, batizada de Pixuleco. O nome é uma referência ao termo usado pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para falar sobre o dinheiro cobrado de empreiteiras do cartel que atuava na Petrobras.
O procurador, que integra a força-tarefa da Operação Lava-Jato, afirmou ainda que o ex-ministro José Dirceu foi o instituidor do esquema de corrupção instalado na Petrobras.
Segundo o delegado da Polícia Federal, Márcio Adriano Anselmo, ainda não é possível informar o total deviado de recursos da Petrobras pelo ex-ministro. Ele disse que o esquema de pagamento de propina a José Dirceu e pessoas ligadas a ele era feito por meio da empresa do ex-ministro, a JD Cosultoria, e individualmente, por indicação do ex-ministro. De acordo com Anselmo, os valores ainda não foram agrupados e relacionados. Mas ele adiantou que só a JD Consultoria teria recebido algo em torno de R$ 39 milhões por consultoria à Petrobras. O delegado disse ainda que essas consultorias da empresa de Dirceu não foram comprovadas pela investigação da Polícia Federal.
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