A defesa do ex-ministro José Dirceu encaminhou no início da tarde desta segunda-feira, um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ex-ministro não seja transferido para Curitiba. Dirceu foi preso hoje em Brasília, em nova fase da Operação Lava-Jato, por decisão do juiz Sérgio Moro, que cuida das investigações na primeira instância.
Moro pediu ao Supremo que o ex-ministro seja transferido para Curitiba, para onde foram levados os demais presos na Operação. Como Dirceu cumpre pena em regime aberto por determinação do STF, devido à condenação no caso do mensalão, o deslocamento precisa ser autorizado pelo ministro Luis Roberto Barroso, que é relator do mensalão na Suprema Corte.
No pedido, o criminalista Roberto Podval escreve que considera "totalmente desnecessária" a transferência de Dirceu para Curitiba, como foi pedido por Moro ao Supremo. Para defender a permanência do ex-ministro em Brasília, o advogado argumenta que Dirceu mora na capital federal e que quando ele se dispôs a prestar esclarecimentos ao juiz Sério Moro sobre seu suposto envolvimento na Lava Jato, um delegado de polícia disse a ele que não era necessário o deslocamento a Curitiba.
Ainda no pedido, a defesa diz que o caso de Dirceu é diferente do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que foi preso na Lava-Jato enquanto cumpria pena do mensalão. Nesse caso, o Supremo autorizou o deslocamento de Corrêa de Pernambuco ao Paraná. Contudo, Podval argumenta que o Estado de Pernambuco é muito mais distante de Curitiba do que Brasília e que na capital federal já existem autoridades que estão cuidando do caso Lava Jato. Fato que, segundo ele, não havia em Pernambuco, o que justificaria a transferência de Corrêa.