Na delação que levou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de volta à prisão, o lobista Milton Pascowitch relatou ter repassado cerca de R$ 15 milhões em propinas para o PT por meio de contratos de consultoria simulados entre a Jamp Engenheiros, de titularidade de Pascowitch, e a Consist Software. O repasse teria ocorrido por intermédio do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Parte do dinheiro, de acordo com o depoimento citado pelo juiz Sérgio Moro, teriam ido, a pedido de Vaccari, para a Editora 247 em pagamentos feitos em setembro e outubro de 2014.
“Ficou claro que não haveria qualquer prestação de serviço mas que era uma operação para dar legalidade ao 'apoio' que o PT dava ao blog mantido por Leonardo”, diz o delator no depoimento à Justiça Federal. Ainda segundo a delação, há trocas de e-mails entre Atuch e José Adolfo (irmão de Milton) sobre a liquidação de valores pagos e emissão de contas. O juiz Moro cita ainda o fato de o nome de Leonardo Atuch já ter aparecido em anotações de repasses de valores do doleiro Alberto Youssef. “Esses fatos indicam prováveis repasses de valores de origem criminosa à referida Editora e ao suposto jornalista a pedido de terceiros e com propósitos ainda de necessário esclarecimento”, descreve o magistrado no pedido de prisão.