Brasília – O delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo afirmou na noite dessa segunda-feira duvidar que as consultorias do ex-ministro José Dirceu tenham funcionado de fato em tantos setores do conhecimento. Segundo a assessoria do petista, a JD Assessoria e Consultoria atendeu cerca de 60 clientes de 20 setores da economia. “A empresa tinha só um funcionário com nível superior, o que torna bastante difícil considerar que ela tivesse expertise para prestar essas consultorias, ainda mais considerando que elas eram tão vastas, abrangendo desde empreiteiras até laboratórios de medicamentos e uma série de outras atividades”, afirmou Anselmo, na porta da Superintendência da PF em Curitiba, em entrevista à TV Globo.
Como revelou Estado de Minas em 26 de abril, nenhuma empresa investigada pela PF e pelo Ministério Público prestou qualquer esclarecimento ou prova de que os serviços foram realizados. De acordo com Anselmo a situação perdura até hoje, desde que o inquérito contra Dirceu e a firma de consultoria, hoje extinta, foi aberto. “Eles tiveram praticamente seis meses para que fossem apresentadas as comprovações dessas consultorias e, até hoje, nós não temos qualquer comprovação”, disse o delegado. “Há simplesmente menções a contratos e a eventuais serviços de lobby ou ‘abertura de portas’ ou algumas coisas vagas.”
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Moro destacou que muitos pagamentos aconteceram após a condenação de Dirceu no processo do mensalão, em dezembro de 2012, e até depois de sua prisão.
A defesa de Dirceu contesta o argumento da PF. Afirma que foram feitas viagens ao exterior para prospectar negócios, fato confirmado por Almada. E diz que, ao contrário do que informou Milton Pascowith, nenhum trabalho tinha relação com a Petrobras..