Brasília – O irmão do ex-ministro José Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, preso nessa segunda-feira (3) na 17ª fase da Operação Lava-Jato, é um personagem misterioso. Amigos de Dirceu, políticos e mesmo ex-assessores dele não lidavam com ele, que era sócio do ex-ministro na empresa JD Consultoria. Luiz Eduardo foi preso em Ribeirão Preto (SP) e levado a Guarulhos pela Polícia Federal, de onde seria transferido para Curitiba. Há temor, entre petistas próximos a Dirceu, de que ele passe a colaborar com as investigações.
Luiz Eduardo ganhou alguma notoriedade quando o petista foi preso, no escândalo do mensalão, em novembro de 2013. Naquela época, circulou a versão de que o irmão do ex-ministro concluiria o atendimento dos últimos contratos atendidos pela JD Consultoria. Ele teria ficado responsável por pagar as contas e cuidar da casa do ex-ministro em Vinhedo, no interior paulista.
No ano anterior, Luiz Eduardo declarou ter adquirido um imóvel na Rua Estado de Israel, em São Paulo, no valor de R$ 700 mil. O apartamento era usado supostamente como residência do ex-ministro na capital paulista até a condenação dele. A aquisição foi contestada pela Receita Federal.
O irmão do petista também esteve envolvido na tentativa de influenciar no processo de privatização da companhia aérea portuguesa TAP, tendo viajado a Lisboa para tratar do assunto, com gestões a favor do empresário Gérman Efromovich, da Avianca.