Na volta do recesso parlamentar, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu fazer um aceno ao governo durante o seu pronunciamento de abertura dos trabalhos legislativos do segundo semestre.
Segundo aliados de Renan, o discurso do peemedebista vai ser na linha de que o Senado está disposto a adotar uma postura "construtiva" para encontrar soluções para os problemas que o País enfrenta.
Pela manhã, Renan chegou ao Senado afirmando que iria trabalhar para "desarmar" as chamadas pautas bombas que colocam em risco o ajuste fiscal adotado pelo governo. Pouco depois, ele seguiu para um almoço com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo no domingo, 2, o peemedebista tem dado sinais de que pode voltar a colaborar com o governo, desde que houvesse contrapartidas do Palácio do Planalto.
Um delas é justamente ter maior participação nas decisões econômicas do governo. Levy foi escalado para fazer essa ponte. O Planalto também acenou com a possibilidade de diminuir o número de ministérios, uma bandeira que vem sendo levantada por Renan desde o início do ano.
Desde o rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha ( PMDB-RJ), o governo montou uma operação para tentar se reaproximar de Renan. O presidente do Senado tem sido classificado como peça-chave para impedir o agravamento da crise política, que pode culminar até no impeachment da presidente Dilma Rousseff.