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Estado de Minas

É preciso que o companheiro Zé Dirceu faça a contradita, diz Rui Falcão

O dirigente petista manifestou preocupação com que o cenário leve à criação de um ambiente "embrião do Estado de exceção" e insistiu que os indícios precisam ser transformados em provas


postado em 04/08/2015 17:19 / atualizado em 04/08/2015 18:46

Em um tom protocolar, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, fez uma defesa genérica do ex-ministro José Dirceu, preso nesta terça-feira na 17ª fase da Operação Lava-Lato. Falando em apoio ao combate implacável à corrupção, mas sem o que chamou de "espetáculo midiático", Falcão disse que, assim como em outras situações, ele defende que o ônus da prova é de quem acusa e que cabe ao "companheiro Zé Dirceu" fazer o contraditório.

"Pra mim, qualquer pessoa que seja acusada é inocente até que provem o contrário", declarou. "Dirceu e todos os acusados são inocentes, não são réus, até que se prove o contrário", emendou.

O dirigente petista manifestou preocupação com que o cenário leve à criação de um ambiente "embrião do Estado de exceção" e insistiu que os indícios precisam ser transformados em provas. "Não estamos abandonando nenhum companheiro nosso", respondeu.

Falcão disse estar preocupado com o "desvio de foco" em relação ao "atentado covarde" contra o Instituto Lula, escritório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua avaliação, o objetivo é fragilizar o governo Dilma Rousseff e atingir a popularidade de Lula. "Prossegue a escalada dirigida por setores conservadores tentando criminalizar o PT", disse o petista, no início de seu discurso.

Ele pediu urgência na identificação dos autores "terroristas e fascistas" por se tratar de um ataque grave contra o local de trabalho de um ex-presidente da República. "Estamos vendo crescer a intolerância e o ódio que contrasta com a tradição do povo brasileiro", concluiu. O petista anunciou que haverá, em data ainda a ser definida, um ato nas imediações do Instituto Lula, em São Paulo, contra o episódio.

O presidente nacional do PT deixou a reunião da Executiva do PT para dar uma breve entrevista coletiva e anunciou que haverá um ato no dia 14, em Brasília, em prol da educação. Ele negou que a manifestação seja um contraponto aos protestos programados contra a presidente Dilma Rousseff.

Nesta tarde, o petista classificou como positiva a redução da meta do superávit, assim como o programa de proteção ao emprego e a agenda positiva do governo Dilma Rousseff. Bandeira do PT, Falcão defendeu a taxação das grandes fortunas e sugeriu que a presidente faça um encontro com os movimentos sociais, nos moldes do recente encontro com os governadores.


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