Após se encontrar com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou que não pretende colocar em votação agora a proposta que acaba com a política de desoneração da folha de pagamento de pessoal. Questionado sobre o que Levy achava dessa possibilidade, o peemedebista afirmou que "talvez" o ministro não considerasse mais o projeto tão importante para o ajuste fiscal. "O ministro talvez não ache mais isso. Porque nesse cenário de recessão, reonerar a folha de pessoal vai agravar o desemprego", disse.
Renan afirmou que vai conversar com os líderes dos partidos para discutir o que fazer em relação à matéria. O PMDB do Senado tem resistido a aprovar o texto que veio da Câmara e que permitiu uma série de exceções para setores da economia. Até agora, os senadores do partido defendiam que a mudança da tributação fosse linear para todos. O governo, no entanto, trabalhava para que o texto fosse aprovado o mais rápido possível, para que os efeitos fiscais da medida já valessem para este ano.
Renan avaliou o encontro com Levy como positivo. Segundo o peemedebista, o ministro se comprometeu a elaborar uma agenda para retomar o crescimento da economia. Crítico do ajuste fiscal, ele também voltou a defender que o governo corte gastos, diminuindo o número de ministérios e a quantidade de cargos comissionados.
Segundo o presidente do Senado, o Congresso não vai se opor a apoiar uma agenda de interesse nacional. "Não há como não apoiar um rumo para o Brasil. Do ponto de vista econômico e do ponto de vista político, é fundamental que isso aconteça. O Legislativo não vai colaborar com o quanto pior, melhor", disse.