Brasília, 04 - Na véspera da eleição interna para escolher o futuro chefe do Ministério Público Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu voto aos colegas em e-mail distribuído na rede do órgão e defendeu sua gestão. Ele evitou falar da Operação Lava Jato no comunicado e afirmou que a função de procurador-geral "não permite um só segundo de contemplação".
"Volto a dizer, como fiz em 2013, que a alma não é pequena, o espírito (como sempre foi) é o de servir o bom combate e o corpo renova energias", escreveu Janot, que se definiu belo-horizontino e atleticano. Para finalizar a carta, repetiu o que vem dizendo nos debates entre candidatos a procurador-geral: "Avançar é tão importante quanto não retroceder".
Amanhã, cerca de 1,2 mil procuradores vão às urnas em todo o País para formar uma lista tríplice com os candidatos mais votados, entre os quatro que concorrem ao cargo. Disputam a vaga com Janot os subprocuradores Mario Bonsaglia, Carlos Frederico Santos e Raquel Dodge. A lista é encaminhada à presidente Dilma Rousseff, que indica um dos nomes para aprovação pelo Senado.
Na última mensagem aos colegas, Janot afirmou que, quando concorreu em 2013, anteviu um mandato "de muitas libertações, das aspirações que há muito nos sufocavam, e de pouca liberdade, refém que permaneci, boa parte do tempo, dos deveres do meu gabinete de PGR, que, paradoxalmente, permanece sempre de portas abertas".
O procurador-geral, que enfrenta resistências do Senado e nos debates internos sofreu críticas por parte do opositor Carlos Frederico, fez uma citação a Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro "O Pequeno Príncipe". "Encerro com a advertência, tão perfeita quanto oportuna, de Antoine de Saint-Exupéry: Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. O MPF me cativou como nunca, e vocês serão responsáveis por uma segunda gestão que fará uma Instituição mais valorizada, estruturada, transparente e feliz. Tendo vocês como companheiros de jornada, assim acredito", escreveu.