Brasília - Os 1.240 integrantes do Ministério Público Federal vão às urnas nesta quarta-feira, 5, para escolher quem a categoria indicará ao cargo de procurador-geral da República para os próximos dois anos. Sob pressão do Senado, que tem 13 de seus membros investigados no âmbito da Operação Lava-Jato, o atual chefe do MPF, Rodrigo Janot, tenta a recondução em disputa com outros três candidatos - os subprocuradores Raquel Dodge, Mario Bonsaglia e Carlos Frederico Santos. O mandato de Janot se encerra em 17 de setembro.
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Janot disputa hoje recondução ao comando da Procuradoria-Geral da RepúblicaA um dia de eleição, Janot defende sua gestão na PGR e pede votosDilma recebe lista com candidatos ao cargo de procurador-geral da RepúblicaJustiça Federal do Rio homologa delação premiada de Júlio FaermanProcuradores vão a Londres colher depoimento de delator no caso da PetrobrasAntes da indicação do Executivo, os procuradores encaminharão uma lista tríplice com os nomes mais bem votados pela categoria. Embora não seja obrigatório, desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o governo indica ao Senado o nome mais votado da lista.
A votação começa às 10h e se estende até as 18h30. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que organiza a formação da lista, espera que o resultado final seja conhecido até as 19h. A ANPR espera, ainda, apresentar nesta semana a lista tríplice ao Palácio do Planalto. Após a indicação do Executivo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve submeter o nome indicado pela presidente Dilma Rousseff à votação na Comissão de Constituição e Justiça e, em seguida, no plenário da Casa.
Mensagem
Em março, Janot encaminhou ao STF e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedidos de abertura de inquérito contra 54 políticos. Desse total, 13 são senadores, que votarão pela aprovação ou não do nome indicado pela presidente. Às vésperas da eleição, Janot enviou ontem uma mensagem pela rede interna do Ministério Público pedindo votos e defendendo sua gestão. Evitou falar da Lava-Jato e disse que a função de procurador-geral da República "não permite um segundo só de contemplação". "Volto a dizer, como fiz em 2013, que a alma não é pequena, o espírito (como sempre foi) é o de servir o bom combate e o corpo renova energias", escreveu Janot, definindo-se como belo-horizontino e atleticano. Na carta, repetiu o que vem dizendo nos debates entre candidatos: "Avançar é tão importante quanto não retroceder".
A reportagem encaminhou perguntas para os quatro candidatos sobre temas relevantes para a categoria. O subprocurador Mario Bonsaglia garante que as investigações de políticos na Lava-Jato terão "plena continuidade" se for escolhido para comandar o MPF.
A subprocuradora Raquel Dodge, tida como opositora moderada, elogia a condução da Operação Lava-Jato com "muito zelo e denodo" por Janot. A gestão do atual procurador-geral, afirmou, será lembrada de modo positivo, por ter "priorizado o enfrentamento da corrupção". Janot diz não ter levado em consideração "questões políticas" na Lava-Jato. .