O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal para que os carros de luxo do senador Fernando Collor (PTB-AL), apreendidos na Operação Lava-Jato, não sejam devolvidos ao parlamentar. No documento, o procurador-geral narra que os veículos são possivelmente produto de crime e que as investigações apontam que Collor recebeu R$ 26 milhões em propina, entre os anos de 2010 e 2014, por meio de um "sofisticado esquema de lavagem de dinheiro".
Entre 2011 e 2013, Collor teria recebido cerca de R$ 800 mil em depósitos "fracionados", o que levantou suspeita do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O relatório das investigações enviado ao STF menciona ainda pagamentos de altos valores em espécie para o parlamentar, como depósito de R$ 249 mil feito pela TV Gazeta da Alagoas, da qual o senador é sócio.
Além da TV, outras duas empresas de Collor aparecem nas investigações da PGR: a Água Branca Participações e a Gazeta de Alagoas. Há depósitos feitos em nome de uma empresa em favor de outra, com operação realizada por um assessor de Collor no Senado desde 2007. A suspeita dos investigadores é de que a Água Branca é uma empresa de fachada - não tem empregados, sede e nem participação em outras empresas. "Mas estranhamente tem a propriedade de três carros de luxo", escreve o procurador-geral.
Os investigadores relatam transferências para pagamento de um dos veículos feitas por empresa que já recebeu mais de R$ 900 mil, no mesmo ano da aquisição do carro, de negócios vinculados ao doleiro Alberto Youssef, delator da Lava-Jato.
Janot sustenta que a maior parte dos veículos - Lamborghini, Ferrari, Bentley e Land Rover - está registrada em nome da empresa Água Branca Participações. Já o Porsche está em nome da GM Comércio de Combustíveis. Para o procurador-geral, as empresas é que deveriam solicitar a devolução e não Collor, a menos que fosse apresentada uma justificativa que apontasse o motivo de o senador se considerar proprietário dos automóveis. Além disso, o procurador-geral afirma que não cabe restituição de produto de crime, pedindo que o STF negue a solicitação do senador.
A compra da Lamborghini, explica Janot, foi feita com entrega de um veículo no valor de R$ 400 mil, mais financiamento de R$ 1,6 milhão, além de pagamento de parcelas em dinheiro no total de R$ 1,2 milhão. Na peça enviada ao STF, Janot revela que o financiamento da Lamborghini está "inadimplente", provavelmente em razão do "fim do fluxo de propina" pela deflagração da Lava-Jato.
No documento, Janot aponta indícios de que os veículos foram usados para lavagem de dinheiro. O caso será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no STF. A reportagem não conseguiu contato com Collor.
Entre 2011 e 2013, Collor teria recebido cerca de R$ 800 mil em depósitos "fracionados", o que levantou suspeita do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O relatório das investigações enviado ao STF menciona ainda pagamentos de altos valores em espécie para o parlamentar, como depósito de R$ 249 mil feito pela TV Gazeta da Alagoas, da qual o senador é sócio.
Além da TV, outras duas empresas de Collor aparecem nas investigações da PGR: a Água Branca Participações e a Gazeta de Alagoas. Há depósitos feitos em nome de uma empresa em favor de outra, com operação realizada por um assessor de Collor no Senado desde 2007. A suspeita dos investigadores é de que a Água Branca é uma empresa de fachada - não tem empregados, sede e nem participação em outras empresas. "Mas estranhamente tem a propriedade de três carros de luxo", escreve o procurador-geral.
Os investigadores relatam transferências para pagamento de um dos veículos feitas por empresa que já recebeu mais de R$ 900 mil, no mesmo ano da aquisição do carro, de negócios vinculados ao doleiro Alberto Youssef, delator da Lava-Jato.
Janot sustenta que a maior parte dos veículos - Lamborghini, Ferrari, Bentley e Land Rover - está registrada em nome da empresa Água Branca Participações. Já o Porsche está em nome da GM Comércio de Combustíveis. Para o procurador-geral, as empresas é que deveriam solicitar a devolução e não Collor, a menos que fosse apresentada uma justificativa que apontasse o motivo de o senador se considerar proprietário dos automóveis. Além disso, o procurador-geral afirma que não cabe restituição de produto de crime, pedindo que o STF negue a solicitação do senador.
A compra da Lamborghini, explica Janot, foi feita com entrega de um veículo no valor de R$ 400 mil, mais financiamento de R$ 1,6 milhão, além de pagamento de parcelas em dinheiro no total de R$ 1,2 milhão. Na peça enviada ao STF, Janot revela que o financiamento da Lamborghini está "inadimplente", provavelmente em razão do "fim do fluxo de propina" pela deflagração da Lava-Jato.
No documento, Janot aponta indícios de que os veículos foram usados para lavagem de dinheiro. O caso será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no STF. A reportagem não conseguiu contato com Collor.