O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, promoverá nesta noite uma reunião com presidentes de tribunais superiores na tentativa de construir um acordo sobre o reajuste dos salários de servidores do Judiciário, conforme está sendo debatido com o Poder Executivo. As negociações entre a Corte e o Ministério do Planejamento têm apontado um aumento superior a 40%, de acordo com fontes que acompanham a negociação.
Servidores do Judiciário protestam em frente ao STF na tarde desta quarta-feira, enquanto os ministros participam de sessão ordinária. O STF tem pressa em obter uma solução para o caso, na tentativa de conter movimentos grevistas.
O governo sinalizou que aceitaria uma proposta de 41% de reajuste para os quadros do Judiciário. O Supremo tenta empurrar o aumento para próximo de 46%. Pela proposta em debate, o valor intermediário deverá ser parcelado em quatro anos - e não três, conforme pleito inicial da categoria - e começará a ser pago a partir do ano que vem, de acordo com fonte que participa das conversas.
No primeiro semestre, o governo chegou a propor ao STF um reajuste de 21,3% à categoria, igual ao oferecido para todos os servidores públicos. O presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, indicou ao ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que a proposta não seria aceita pela categoria. A negociação entre os dois Poderes foi atropelada pela aprovação no Senado do projeto de lei que fixa um reajuste de 56,4% a 78,6%, após intensa manifestação dos servidores nos arredores do Congresso. O projeto foi vetado na íntegra pela presidente Dilma Rousseff e as conversas entre os dois Poderes foram retomadas há pouco mais de dez dias.