O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, vai pedir ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal assuma a investigação sobre o atentado praticado na sede da entidade, que foi alvo de uma bomba caseira na noite da última quinta-feira, diz 30. Segundo o instituto, a ideia é que a PF faça uma apuração paralela à da Polícia Civil de São Paulo, que já investiga o caso.
A sede do instituto, no bairro do Ipiranga, foi alvo de uma bomba caseira lançada a partir de um carro por volta das 22h de quinta-feira. O explosivo danificou parte do portão da garagem e sua força chegou a trincar a calçada do local. Ninguém saiu ferido e o instituto classificou o episódio como um atentado político.
O caso está sob investigação na 17a DP, mas pessoas próximas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobram celeridade nas apurações.
"Os investigadores falaram que estão próximos de encontrar os culpados", disse Celso Marcondes, diretor do instituto.
Ontem, integrantes da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) encaminharam ao secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, um pedido de audiência paras tratar do assunto. Hoje os 14 deputados da bancada petista na Alesp foram ao instituto para prestar solidariedade ao ex-presidente. Eles estavam acompanhados dos presidentes dos diretórios nacional e estadual do PT, Rui Falcão e Emídio de Souza. Anteontem Lula recebeu os vereadores do partido na Capital.
"Vamos pedir ao secretário o máximo de empenho possível nessa apuração. A Polícia de São Paulo precisa ter empenho fora do comum para desvendar um fato como esse contra uma liderança do porte do Lula, que é inclusive uma liderança internacional", disse o líder do PT na Alesp, Geraldo Cruz. "Não podemos permitir que a democracia possa ser atingida por esses pequenos grupos extremados que estão atuando por aí", completou.
No dia 16, quando estão marcadas novas manifestações de rua contra o PT, entidades ligadas ao partido farão uma vigília na sede do Instituto para evitar novas manifestações de violência.
Marcondes disse que cerca de 10 pessoas portando cartazes contra o PT, Lula e a presidente Dilma Rousseff fizeram um protesto na frente do instituto na quinta-feira, poucas horas antes do atentado, e voltaram ao local no dia seguinte, quando tentaram montar uma barraca na calçada, mas foram impedidos por aliados do ex-presidente.
O instituto reforçou a segurança na área externa e nos próximos dias deve instalar câmeras de segurança mais modernas. A aparelhagem usada atualmente gravou a ação dos agressores, mas devido à baixa qualidade do equipamento, as imagens não puderam identificar a placa do carro usado no atentado.