Brasília, 05 - Um jantar na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) reuniu na última terça-feira, 4, lideranças do PSDB e do PMDB, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Aécio Neves (PSDM-MG), presidente da legenda. No encontro, peemedebistas e tucanos analisaram os prós e os contras de um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Do lado tucano, marcaram presença, além do anfitrião, nomes como Aécio Neves (MG), José Serra (SP) e Aloysio Nunes (SP). Do PMDB, além de Renan, Romero Jucá (RR) e Eunício Oliveira (CE).
Tucanos presentes na reunião dizem que Renan adota sempre um tom muito cauteloso ao falar de uma eventual saída de Dilma. A postura do peemedebista, afirmam, não é tão beligerante quanto a do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que em jantar na noite de segunda-feira discutiu uma manobra para pautar o pedido de impeachment.
A bandeira do impeachment também ainda divide o PSDB. A ala do partido ligada a Aécio avaliou que trocar Dilma pelo vice-presidente Michel Temer pode até mesmo prolongar a crise. A solução ideal para esse grupo seria a cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral e a realização de uma nova eleição.
Diante do agravamento dos quadros político e econômico, o jantar de terça-feira foi classificado pelas principais lideranças dos dois partidos no Senado como uma tentativa de aproximação e de abertura de diálogo entre os grupos. O encontro não foi o primeiro do grupo e, dizem, não deve ser o último.
Um dos articuladores da reunião, Aécio foi surpreendido com a informação de que Renan havia divulgado em sua agenda que receberia a bancada do PSDB para um jantar na residência oficial da presidência do Senado. O plano inicial era que nem todos os senadores tucanos participassem do encontro, apenas o grupo mais próximo a Aécio, para que a conversa acontecesse de maneira mais livre.
Em seguida, tucanos e peemedebistas começaram a dizer que o jantar havia sido cancelado.