Depois de sofrer derrota na abertura do segundo semestre legislativo, a base aliada do governo Dilma Roussef viu, em uma só noite, dois partidos, que juntos somam 44 parlamentares, declararem que deixarão de acompanhar automaticamente o governo nas votações. Os líderes do PDT e PTB disseram que a partir de agora seus posicionamentos serão decididos a cada votação.
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Não dá para governo fingir que tem base, diz Eduardo CunhaTemer apela a senadores para que não repitam ações da CâmaraCunha condiciona votação de PEC da AGU a aprovação de restriçõesO PTB tem 25 deputados e o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), que não foi informado da decisão. A escolha de Monteiro foi decisão pessoal da presidente Dilma Roussef e contou com o respaldo da bancada do partido.
O líder do PDT, André Figueiredo (CE) atribuiu ao líder do governo, José Guimarães (PT-CE) a mudança de postura da bancada.
O PDT tem 19 deputados e comanda o Ministério do Trabalho, com Manoel Dias. "Somos tachados pela liderança do governo de traidores. (O problema) é a liderança e o colégio de vice-líderes. A condução está equivocada. O governo está com dificuldade de diálogo dentro do parlamento", disse.
Figueiredo disse que "próximos passos serão naturalmente dados". Ele não descartou a possibilidade de o partido entregar o ministério que ocupa.
Desde a reabertura do semestre legislativo os líderes da base encontram dificuldade para controlar a rebeldia de seus liderados, que impuseram uma derrota ao governo na noite de terça-feira, com a rejeição de requerimento para adiar para o final do mês uma Proposta de Emenda à Constituição que impõe ao governo despesas de R$ 2,4 bilhões.
Nesta quarta-feira, o governo tentou durante todo o dia construir uma alternativa menos impactante as cofres da União, mas até o final da noite não havia conseguido consenso da Câmara..