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Estado de Minas

'Já entrei no meio do caminho', diz Negromonte sobre indicação na Petrobras


postado em 06/08/2015 21:01

Sao Paulo e Curitiba, 06 - O ex-ministro do governo Dilma Rousseff (PT) Mário Negromonte (2011/2012) - hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia - disse à Justiça Federal no Paraná que indicação para a Petrobras 'é indicação política'. Segundo ele, o engenheiro Paulo Roberto Costa foi escolhido em 2004 para a Diretoria de Abastecimento da estatal como 'nome trabalhado' pelo então deputado José Janene (PP/PR), morto em 2010 - Janene é apontado como mentor do superesquema de lavagem de dinheiro e propinas para deputados, senadores e governadores.

Ex-líder do PP na Câmara, Negromonte é alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República, na Operação Lava Jato. Ele depôs nesta quarta-feira, 5, na condição de testemunha do ex-deputado Pedro Corrêa (PP/PE), preso na Lava Jato por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

Um irmão do ex-ministro, Adarico Negromonte, chegou a ser preso pela Polícia Federal, apontado como um dos carregadores de mala de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato. Em julho, Adarico Negromonte foi absolvido pelo juiz federal Sérgio Moro.

Na audiência desta quarta, 5, Mário Negromonte foi perguntado sobre o processo de indicação de Paulo Roberto Costa para a unidade estratégica da Petrobras. Durante sua gestão, Costa corrompeu-se e recebeu propinas milionárias de empreiteiras para favorecê-las em contratos com a estatal - ele confessou ter recebido US$ 23 milhões da Odebrecht em contas na Suíça e tornou-se o primeiro delator da Lava Jato.

"Eu já entrei no meio do caminho", disse Mário Negromonte sobre a nomeação de Paulo Roberto Costa. "Quando eu entrei no partido, eu acompanhei isso de longe, mas partiu do deputado José Janene. E a gente sabe que a indicação é indicação política."

Ao ser indagado se Pedro Corrêa teve participação na indicação, o ex-ministro de Dilma afirmou. "Ele era presidente (do PP) na época, acompanhou a indicação, mas surgiu o nome trabalhado pelo deputado José Janene, que buscou esse nome e que foi aceito pelo governo federal, que analisou o currículo e atendeu o pedido do Partido Progressista, em função do currículo e da vida técnica, capacitação técnica que o sr. Paulo Roberto tinha na época."


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