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Estado de Minas

"Laranja" paga casa para mãe de José Dirceu em Minas

Comprado quando o petista era ministro, imóvel em Passa Quatro está em nome de preso na Lava-Jato. Outros foram comprados por lobistas


postado em 07/08/2015 06:00 / atualizado em 07/08/2015 07:52

O ex-ministro José Dirceu foi preso na segunda-feira (3) durante a a 17ª fase da Operação Lava-Jato
O ex-ministro José Dirceu foi preso na segunda-feira (3) durante a a 17ª fase da Operação Lava-Jato

Brasília – Em depoimento prestado na quarta-feira (5) na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Júlio Cesar dos Santos, um dos presos na 17ª fase da Operação Lava-Jato, afirmou que comprou a casa onde mora a mãe do ex-ministro José Dirceu, Olga Guedes da Silva, de 94 anos. A residência, registrada no nome de Júlio, está localizada em Passa Quatro, Sul de Minas Gerais. A Polícia Federal confirmou a informação. O delegado Márcio Adriano Anselmo declarou que se trata de uma estratégia do ex-ministro para ocultar patrimônio.

O imóvel, de acordo com Júlio Cesar dos Santos, foi adquirido por R$ 250 mil entre 2004 e 2005. Na época, José Dirceu era ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula. Além da confissão de Júlio, que era sócio minoritário da JD Consultoria até 2013, na busca realizada na residência do irmão do petista Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, os policiais federais encontraram documentos que comprovam a compra da casa.

De acordo com os investigadores, a estratégia de utilizar lobistas ou laranjas para ocultar patrimônio foi repetida por Dirceu outras vezes. “É um caso de ocultação de patrimônio. A casa onde mora a mãe de José Dirceu está em nome de um laranja, o Júlio Cesar dos Santos, que foi preso. Tem um documento atestando que custou R$ 250 mil, mas com certeza vale mais. Essa aquisição é do período em que ele era ministro, por volta de 2005”, salientou o delegado.

Ele detalhou a estratégia. “O Júlio foi usado para a ocultação de patrimônio. São dois terrenos juntos. Tem a casa, que está em nome dele, e uma outra que foi comprada pelo Júlio. E tinha um contrato de gaveta ali”, disse. Em depoimento, o ex-sócio minoritário de Dirceu afirma que adquiriu o imóvel porque era amigo do ex-ministro.

Em delação premiada, outro preso na Operação Lava-Jato, Milton Pascowitch, informou que uma propina de R$ 1,3 milhão foi utilizada para pagar reforma na casa do ex-ministro, em condomínio de luxo, no município de Vinhedo, interior de São Paulo. O lobista ressaltou no depoimento que contratou a arquiteta Daniela Fachini, no fim de 2012 e início de 2013. “Ele assumiu que tinha comprado as propriedades, mas isso ficou meio no ar, porque ele alega que comprou em razão de ser amigo pessoal do Dirceu”, ressaltou o delegado Márcio Anselmo.

O lobista afirmou também que contratou a Construtora Halembeck Engenharia para reformar o imóvel do irmão de Dirceu. O serviço, em um apartamento na Rua Estado de Israel, na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, custou entre R$ 1 milhão e R$ 1,2 milhão. Também foram relatados por ele pagamentos para fretar um jatinho utilizado pelo petista. A reportagem tentou entrar em contato com o advogado do ex-ministro, Roberto Podval, várias vezes, no entanto, ele não havia retornado as ligações até o fechamento desta edição.

Prisão de almirante

O juiz federal Sérgio Moro decretou nessa quinta-feira (6) a prisão preventiva do almirante Othon Luiz Pinheiro (na foto, de boné), presidente licenciado da Eletronuclear, e do executivo da Andrade Gutierrez Flávio Barra (de terno). Os dois estão detidos desde 28 de julho em regime de prisão temporária e são suspeitos de envolvimento em fraudes em contratos da estatal na usina de Angra 3. O juiz havia dado prazo para que a defesa do militar apresentasse provas de serviços prestados pela Aratec, empresa da família de Othon que recebeu  mais de R$ 6 milhões suspeitos de ser propina de empreiteiras. A defesa do militar disse que a filha dele, Ana Cristina, prestava serviços de tradução e que o genro fazia trabalhos de engenharia. Moro afirmou que a defesa apresentou documentos “aparentemente fraudulentos”.


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