Em pelo menos 12 capitais e Distrito Federal, moradores foram às janelas bater panelas durante o programa de TV do Partido dos Trabalhadores. Aos gritos de “fora PT”, “fora Dilma”, “acorda Brasil”, vuvuzelas e buzinas foram também ouvidas durante os 10 minutos em que transcorreu a propaganda política. Além de Belo Horizonte, o protesto foi registrado em São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Palmas, Salvador, Fortaleza, Bahia e Recife.
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Programa do PT provoca panelaço e buzinaço em Belo HorizonteVeja como foi a cobertura do panelaço durante programa do PT Aécio diz que propaganda do PT 'zomba dos brasileiros'Críticas ao PT invadem redes sociais EM mede os decibéis do batuque das panelas dos indignados em BHEm vários bairros da Zona Sul de Curitiba – Batel, Cabral, Água Verde, Vila Izabel, Bigorrilho, Centro, Bacacheri – os protestos seguiram enquanto Dilma declarava no programa que sabe suportar o que chamou de “pressões e injustiças”. Também em Florianópolis manifestantes gritaram e bateram panelas.
Na Bahia, diversos bairros de Salvador entraram no clima, mesmo antes de ter iniciado o programa.
Em Brasília, o panelaço foi ouvido por toda a cidade, principalmente nas quadras do Sudoeste, Cruzeiro, Águas Claras e Guará. Na Quadra 100 do Sudoeste, pouco antes do horário político começar, a movimentação era tranquila. Assim que a presidente tomou as telas, dezenas de pessoas aderiram ao panelaço. Outras optaram pelo acender e apagar de luzes de casa. Também foi possível ver moradores com as luzes do apartamento apagadas, mas ligando e desligando lanternas.
"NOVA UTILIDADE ÀS PANELAS" O PT já esperava o panelaço que foi ouvido nessa quinta-feira (6) em cidades de todo o país durante a exibição de seu programa na TV, tanto que a maneira que achou para se defender dos protestos foi usar de ironia. “Nos últimos tempos começaram a dar uma nova utilidade às panelas, a gente não tem nada contra isso. Mas só queremos lembrar que fomos o partido que mais encheu a panela dos brasileiros. Se tem alguém que se encheu de nós, estamos dispostos a ouvir, corrigir melhorar. Mas com as panelas, vamos continuar fazendo o que a gente mais sabe: enchê-las de comida e de esperança. Esse é o panelaço que gostamos de fazer pelo Brasil”, diz o texto narrado no programa pelo ator José Abreu, petista de carteirinha.
A peça publicitária abandonou também algumas marcas de outros tempos. O vermelho, cor do partido, deu lugar às cores, azul, verde e amarelo, oficiais da bandeira nacional, assim como a presidente, que apareceu com um discreto blazer branco.
Os constantes golpes que o PT vem sofrendo com o envolvimento de membros importantes com a corrupção, alvo da Operação Lava-Jato, a dificuldade de diálogo com o Congresso e o encolhimento da base de apoio do governo petista, foram temas escanteados. Assim o programa falou pouco de política e muito sobre economia, citando números históricos de investimento do governo, mas evitando falar nas estatísticas atuais.
Teve ainda espaço para um mea-culpa: “Hoje, alguns números do Brasil não são dos melhores, mas há algum tempo, esse mesmo Brasil e esse mesmo governo produziu bons números”, disse uma apresentadora. Ou seja, a linha principal da peça foi o pedido de mais um voto de confiança no governo, que promete reverter a crise econômica.
OPOSIÇÃO O ataque à oposição, no entanto, não foi esquecido e ficou por conta do presidente nacional do Partido, Ruy Falcão, e do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O texto não fez referências diretas aos críticos, mas apelos diretos aos eleitores: “Não se deixem enganar pelos que só pensam em si mesmos”, diz um trecho. Falcão acusou os opositores de estarem usando a crise econômica para gerar crise política. “Aos que não se conformam com a derrota nas urnas só pedimos uma coisa: juízo”.