Curitiba e São Paulo - O criminalista Roberto Podval, que defende o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil do governo Lula) - preso na Operação Pixuleco, 17.º capítulo da Lava-Jato -, afirmou na quinta-feira, 6, que 'o Zé nunca foi dinheirista'.
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Ex-sócio diz à PF que comprou casa da mãe de DirceuDelator relata reunião com Dirceu, Vaccari, Duque e Bob sobre PetrobrasDefesa de José Dirceu prepara recurso ao STJProcuradores afirmam que Dirceu aprimorou esquema de corrupçãoPF aponta R$ 1,1 milhão de empresa de Dirceu para escritório de deputado petista"Podem fazer a crítica que quiserem, podem gostar dele (Dirceu) ou não, o público pode odiá-lo, mas o Zé nunca foi dinheirista, não é a história dele. Zé nunca foi atrás de dinheiro. Colocarem ele como chefe de quadrilha é uma coisa estúpida. Aí eu vejo delator (Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras) entregando 249 milhões de reais e o Zé pedindo dinheiro para sobreviver. Isso não é chato? Aí ele é o chefe de quadrilha? É a coisa mais estúpida que ouvi. O chefe da quadrilha precisa de dinheiro para sobreviver, enquanto o subalterno tem 250 milhões para entregar à Justiça? Esse mundo tá maluco. Tem que ver o papel de cada um nessa história."
Podval destacou que "até hoje nenhum dos delatores falou do Zé recebendo no exterior".
"Quase todos se transformaram em delatores, nenhum falou dele. O Zé não tem porque não tem (dinheiro).
A PF diz que a empresa do ex-ministro JD Assessoria e Consultoria faturou R$ 39 milhões em oito anos, valor supostamente com origem em propinas do esquema Petrobras. A PF diz que Dirceu continuou recebendo propinas mesmo depois de preso na Papuda, em Brasília, condenado no Mensalão por corrupção ativa a 7 anos e 11 meses.
Segundo Podval, o irmão do ex-ministro admitiu à Polícia Federal ter procurado empresas para pedir dinheiro, quando Dirceu já estava preso. "O Luiz Eduardo (irmão de Dirceu) contou, esclareceu tudo. Ele procurou, sim, empresas com as quais a JD Assessoria e Consultoria já tinha contratos. Algumas ajudaram, 10 mil reais, 20 mil reais, outras não.
Roberto Podval afirmou que o ex-ministro não vai fazer delação premiada. "O Zé morre na cadeia, mas o Zé não faz delação. É só conhecer o Zé Dirceu. Não é um homem que busque enriquecer, não é esse o objetivo da vida dele. Não é um homem que admite fazer delação, pela sua própria estrutura. Ele é um dos dois ou três que morrerão sem fazer delação."
O criminalista rebateu a informação de que Dirceu tentou ocultar patrimônio ao vender para um ex-sócio dele na JD Assessoria a casa onde mora sua mãe, em Passa Quatro (MG). "Esse patrimônio não foi ocultado.
O criminalista disse que visitou Dirceu na Custódia da PF em Curitiba, base da Lava-Jato. Garantiu que o ex-ministro não falou nada sobre a falta de apoio do PT. "Eu conversei longamente com o Zé. Ele está muito sereno.