O ministro das Cidades e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, defendeu ontem, durante convenção em Minas, que o partido priorize a candidatura própria na eleição para prefeito de Belo Horizonte. “Não há partido que queira se consolidar se não tiver o sonho, a vontade e a prioridade na questão da sua participação nas eleições majoritárias com candidatura própria”, disse ele, considerando ser meta da legenda ter candidato a prefeito em todas as cidades, inclusive na capital.

Posicionando-se como um partido liberal de centro – mas que ao mesmo tempo defende a forte participação do Estado na saúde, educação e na segurança pública –, Kassab e os pessedistas parecem considerar que a crise política e o desgaste da polarização entre PT e PSDB abrem uma possibilidade para que o PSD cresça como uma terceira via. “O partido que tem cara é o que tem propostas, sabe o seu lugar. O PSD é um partido de centro, sabe qual é a sua posição, sabe qual é o seu lugar”, disse, defendendo a desburocratização da máquina, a liberdade de imprensa, as liberdades individuais e a convivência entre o capital privado e o público por meio de parcerias público- privadas e concessões.

Crise Gilberto Kassab evitou o tema da crise política e das dificuldades na relação entre o Palácio do Planalto e a Câmara dos Deputados. “A relação é institucional”, desconversou. Ele classificou o momento político de “difícil” e “tenso”, mas considerou que “pessoas experientes” estão pedindo equilíbrio e trabalham para um “ambiente de serenidade”. De acordo com ele, as divergências podem continuar, porque fazem parte da democracia. “Eu me considero do grupo que quer equilíbrio e sabe conviver com as divergências”, afirmou. Quando questionado sobre a ameaça de impeachment de Dilma Rousseff, Kassab retrucou: “Para que possa haver um impeachment, é preciso haver razões. Não vejo”..