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Estado de Minas

Eduardo Cunha se defende atacando

Presidente da Câmara usa rede social para dizer que não é o vilão das contas públicas. Segundo ele, as derrotas que o governo Dilma sofreu em plenário contaram com votos até mesmo do PT


postado em 10/08/2015 06:00 / atualizado em 10/08/2015 07:47

"É preciso parar com essa fantasia de que sou responsável pelo resultado das votações, como se eu fosse capaz de convencer a todos" - Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados (foto: Antônio Cruz/Agência Brasil - 17/7/15)
Brasília – Rompido com o governo desde 17 de julho, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rechaçou nesse domingom (9) que, motivado pelo desejo de retaliar a presidente Dilma Rousseff, tenha se tornado o vilão das contas públicas. Cunha vem patrocinando as chamadas “pautas-bomba”, com propostas que provocam o aumento das despesas públicas, inclusive atingindo por tabela os governos estaduais. Em sua conta no Twitter, o peemedebista destacou que não é dono dos votos dos deputados e ressaltou que jogar nele a culpa pelas derrotas do governo é o mesmo que querer não enfrentar o problema.

“A tentativa de alguns de me colocar como vilão das contas públicas por retaliação ao governo não tem amparo na realidade dos fatos”, disse Cunha no Twitter, acrescentando: “Sei bem os riscos que sinais equivocados podem causar na avaliação do grau de investimento do país e não compactuo com isso”.

Cunha tem transferido para o Colégio de Líderes a responsabilidade pelas votações, como a que aprovou a emenda à Constituição que reajusta salários de advogados e defensores públicos e delegados, na semana passada, atrelando o seu valor a 90% do que recebem os ministros do Supremo Tribunal Federal. O governo calcula que essa emenda provocará um impacto anual de R$ 2,4 bilhões. Em Minas Gerais, apenas o aumento dos salários dos delegados terá um custo de R$ 180 milhões a mais por ano. “Presidente da Câmara não é o dono da Câmara e nem do voto dos deputados”, escreveu.

Sobre a instalação de novas CPIs, o peemedebista também negou que as tenha instalado para trazer novos problemas ao governo. A que mais preocupa o Planalto é da CPI do BNDES. “Se era a vez era dessas CPIs, o que me restava fazer a não ser cumprir a minha obrigação. Não fui eu que protocolei as CPIs. E mais: as CPIs são regimentais, funcionam cinco simultâneas e na ordem de protocolo”, disse.

Cunha lembrou que projetos problemáticos para o governo, por implicarem em aumento de gastos, têm sido aprovados com votos de parlamentares do PT e outros partidos governistas. “É preciso parar com essa fantasia de que sou responsável pelo resultado das votações, como se eu fosse capaz de convencer a todos. Sem reagrupar a sua base e constituir uma maioria sólida, o governo continuará com problemas e sofrendo derrotas. Agora, não cabe a mim constituir a maioria que o governo não tem para vencer votações no plenário”. 

Recurso
no STF

A Câmara dos Deputados ingressou com um recurso no STF pedindo que seja anulada ação que teve como alvo o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O parlamentar está entre os 50 políticos investigados na Operação Lava-Jato perante o Supremo. A expectativa é de que Cunha figure ainda entre os primeiros políticos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). No pedido, a Câmara argumenta que a ação, autorizada pela Suprema Corte, “desrespeitou prerrogativas fundamentais da Constituição e a harmonia dos poderes”, diz o documento, assinado pelo advogado-geral da União substituto, Fernando Luiz Albuquerque Faria, em nome da Casa Legislativa. A ação pede que os documentos obtidos em maio no Departamento de Informática da Câmara não tenham valor legal. O documento obtido pelos procuradores pode ser uma das provas de que Cunha foi beneficiário do esquema de desvios da Petrobras. Cunha negou ter influenciado o pedido feito ao STF para invalidar as provas obtidas contra ele. “Não orientei qualquer ação, até porque não preciso que a minha defesa seja feita por alguém que não seja o meu advogado”, disse em sua conta no Twitter.

 


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