São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava-Jato, viu indícios de fraude em dois documentos apresentados a ele para justificar a realização de serviços pela defesa de Ana Cristina Toniolo, filha do ex-presidente da Eletronuclear almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso pela Polícia Federal.
Para Moro, alguns papéis apresentados parecem ter sido copiados da internet. Os investigadores suspeitam que R$ 4,5 milhões depositados na conta da Aratec, empresa do almirante, são de propinas de obras de Angra 3.
Pinheiro da Silva e a filha afirmam que os contratos firmados entre a Aratec e as empresas intermediárias são verdadeiros. A defesa de ambos sustenta que houve efetiva prestação de serviço e que os valores seriam referentes a traduções feitas por Ana Cristina.
Segundo os investigadores, documentos revelam existir dinheiro em Luxemburgo em nome de empresas sediadas em Hong Kong e no Uruguai cujo detentor dos direitos econômicos seria o almirante. Ele foi preso em 28 de julho.