A presidente Dilma Rousseff admitiu na segunda-feira à noite que a crise por que o país passa gera "instabilidade". A petista disse ser legítimo os protestos dos cidadãos. Mas aproveitou o encontro para fazer um apelo aos senadores que a ajudassem a barrar eventuais "pautas-bomba", propostas legislativas que causem impacto para os cofres públicos.
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Governo aceita agenda proposta por Renan para conter avanço da criseGoverno vê com simpatia agenda apresentada por Renan para sair da criseDilma convoca senadores para defender agenda de governabilidadeCâmara dos Deputados conclui votação da PEC que eleva salários de servidoresNo encontro, que durou cerca de quatro horas, a presidente apelou aos senadores para ajudá-la na votação de propostas de interesse do país. Ela não falou diretamente da atuação da Câmara, presidia por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que rompeu com o governo há três semanas e impôs na semana passada duras derrotas ao Palácio do Planalto.
No encontro, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), comprometeram-se a ajudar o governo na construção de uma agenda de retomada do crescimento e melhoria da situação econômica. Citaram o pacote anticrise apresentado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para quatro ministros de Dilma, entre eles Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).
Renan, que estava afastado do Planalto desde março, na esteira do seu envolvimento na Operação Lava-Jato, tem sinalizado disposição para ajudar a presidente. Ele não compareceu ao encontro, embora tenha se reunido com Dilma na quinta-feira passada.
"A disposição dele (Renan) é de tentar contribuir com propostas para o país", disse o líder do PT, Humberto Costa (PE). "A conversa é um avanço, partimos para discutir os problemas do país", disse Jucá. "Ela (Dilma) fez um apelo para ter a colaboração com o Senado - sem fazer qualquer confronto com a Câmara - possa ajudar o Brasil neste momento de dificuldades", completou o primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana (AC), para quem boa parte dos atuais conflitos decorrem da falta de diálogo.
Não houve, segundo relatos, a discussão sobre nenhuma proposta durante o encontro.