Na tentativa de agilizar a votação de vetos do prefeito Marcio Lacerda (PSB) – abrindo caminho para a discussão do projeto que reformula o regimento interno da Câmara Municipal de Belo Horizonte –, o presidente da Casa, Wellington Magalhães (PTN), convocou ontem reuniões extraordinárias no plenário para todo o mês de agosto. A partir de amanhã, os vereadores deverão estar presentes em sessões marcadas para 9h30, 14h30 e 22h30 de segunda-feira a domingo, até o dia 31.
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Regimento interno da Câmara de BH vira motivo de brigaPresidente da Câmara de BH propõe alterar regimento interno Com apoio do prefeito, Wellington Magalhães é eleito presidente da Câmara de BHCâmara de BH tem debate acirrado em torno de vetos do prefeitoApresentado na Casa no mês passado, o Projeto de Resolução 1.629 muda uma série de normas, como o tempo de fala dos parlamentares em reuniões plenárias, a prerrogativa de retirar matérias de pauta e contestar projetos. O grupo de oposição tem obstruído a pauta com a alegação que as modificações propostas visam calar a minoria e preparar terreno para a aprovação, com mais facilidade, do projeto que trata do uso e ocupação do solo da capital. O texto só será encaminhado à Câmara depois da modificação do regimento. Já a base contesta: diz que a oposição não pode parar os trabalhos no Legislativo, como já foi feito no primeiro semestre deste ano.
“Fazer oposição é legítimo, mas eles estão obstruindo e parando a Casa, impedindo a votação de qualquer projeto”, reclama Wellington Magalhães. O líder da bancada do PT, Pedro Patrus rebate.
O vice-líder do governo, Leonardo Mattos (PV), tem uma explicação: de acordo com ele, com a estratégia da oposição de retardar o início da votação, muitos vereadores ficam “desanimados” e acabam deixando o plenário. Enquanto isso, ele contabiliza pelo menos 20 projetos de interesse do Executivo – entre eles o que cria estacionamentos subterrâneos – e vários outros de autoria dos parlamentares, paralisados. “O regimento atual é muito permissivo com aqueles que querem dificultar o andamento de qualquer projeto. E como ele permite que um projeto tramite de forma inadequada, cria essa cultura de falta no plenário”, justifica Leonardo Mattos.
Salário Mas para evitar essas faltas e convencer os aliados a permanecerem no plenário, os vereadores estarão sujeitos a corte no salário. O novo regimento vai considerar ausente o parlamentar que não registrar presença em mais da metade das verificações de quórum e votações.