O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou perplexidade com o fato de um novo delator da Operação Lava Jato - o lobista Hamylton Padilha, que agia na Petrobras - aceitar pagar multa de R$ 70 milhões ao Tesouro. "Tudo o que vem sendo revelado (na Operação Lava-Jato) ultrapassa a nossa capacidade de imaginação", declarou o ministro.
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Ao fechar o acordo de delação com a força-tarefa da Lava-Jato, Padilha concordou em pagar multa de R$ 70 milhões, um dos maiores valores já pagos na Lava Jato. Montante igual ao que se comprometeu a devolver o primeiro e principal delator da Operação, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.
Sobre as delações - quase 30 já firmadas - no âmbito da Lava-Jato, Gilmar Mendes disse que o País 'está vivendo um aprendizado'.
"Certamente, vão se detectar deficiências e elas serão devidamente aperfeiçoadas, como já ocorreu em outros sistemas."
O ministro do Supremo anotou que 'os resultados (das delações) até agora são satisfatórios'.