Sem consenso entre as lideranças partidárias sobre o texto, o projeto que acaba com a política de desoneração da folha de pagamento não será votado nesta terça-feira pelo plenário do Senado. A proposta é o primeiro item da pauta do Senado desta terça-feira, já trancando as demais votações de matérias similares, como outros projetos de lei.
Durante a reunião de líderes no gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não houve acordo sobre qual proposta seria votada. A reportagem apurou que o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), chegou a sugerir a adoção de um texto que permitiria um "veto direcionado" ao projeto.
A intenção é reescrever o texto aprovado pela Câmara, por meio de uma emenda de redação em plenário, a fim de isolar as alterações propostas pelos deputados. Isso facilitaria Dilma vetar as exceções instituídas pela Câmara, preservando a essência do texto.
Contudo, não houve acordo na sugestão. Na reunião de líderes, Renan chegou a propor o nome do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), mas ainda não há acordo sobre o que será feito da proposta. "Vamos discutir o texto", afirmou Delcídio Amaral, na saída da reunião.
A oposição criticou a tentativa do governo de tentar costurar um acordo para votar logo a matéria, uma vez que não há ainda sequer um relator da proposta em plenário. "Não podemos votar aquilo que não temos conhecimento. A oposição tem responsabilidade com o País", criticou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).
Dessa forma, a matéria continuará trancando a pauta do plenário nesta quarta-feira, 12. No momento, o plenário vota a indicação de autoridades, matéria que não é abrangida pelo trancamento da pauta do projeto de lei das desonerações.