Brasília, 12 - Na sessão solene da Câmara dos Deputados que marcou um ano da morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, PT e PSDB cortejaram o PSB que, desde outubro de 2013, adotou postura de independência no Congresso. Na época, a decisão possibilitava que Campos ficasse livre para disputar a Presidência da República contra a presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
"Nossas convergências eram tão numerosas que deixam em um plano menor as raras discordâncias que tínhamos", discursou o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC). O deputado diz que, "na medida do possível", o partido tem buscado diálogo com o PSB. "A tese deles não tem nada a ver com os tucanos", afirmou.
O líder da Minoria na Câmara, Bruno Araújo (PSDB-PE), discordou. "Temos muito mais convergências que divergências", disse o tucano. Em seu discurso, o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) elogiou a gestão Campos. No final do governo de Eduardo Campos, o PSDB tornou-se aliado em Pernambuco. No campo nacional, o PSB apoiou a candidatura de Aécio no segundo turno em 2014.
Ao discursar, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, fez críticas gerais e indiretas.
Em seguida, em entrevista, Siqueira disse que seu partido vai se manter independente. "Nem estamos de acordo com o PT nem com o PSDB", afirmou o presidente nacional do PSB. "Não vamos para a oposição porque, antes dos interesses eleitorais e políticos do PSB, estão os interesses do Brasil. Se os projetos, mesmo que sejam do governo, forem de interesse da população e do País, estaremos votando favorável. A decisão de independência nos dá esta liberdade", disse Siqueira.
Apesar de ter feito críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff, Siqueira disse que o PSB não está apoiando as manifestações contra a petista previstas para este domingo, 16.
Marta
Carlos Siqueira afirmou ainda não ter definição sobre as alianças para as eleições municipais.
Marina
Protagonista de um desentendimento com a ex-senadora Marina Silva nas eleições do ano passado, Siqueira disse que ela continua filiada ao PSB e só deve deixar a legenda quando conseguir criar sua Rede Sustentabilidade. "Não temos pressa. Ela pode ficar o tempo que desejar", afirmou.
Siqueira disse que o que a separa de Marina é a diferença de visão "de partido, de política e de mundo". "Nunca tive problema pessoal com Marina. Minhas divergências com Marina são políticas.