Brasília, 12 - Mensagem da presidente Dilma Rousseff com a indicação de Rodrigo Janot para cumprir segundo mandato no cargo de Procurador-Geral da República foi lida hoje no Plenário do Senado. Diante disso, portanto, estão oficialmente abertos os ritos para a análise da indicação pelos parlamentares. A escolha de Dilma por Janot para mais dois anos no comando da PGR seguirá agora para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa, que vai sabatinar Janot e depois emitir parecer pela aprovação ou rejeição do nome.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já disse que deseja um andamento rápido da análise. Afirmou, inclusive, defender que o parecer da CCJ seja apreciado no mesmo dia da sabatina a Janot. Depois de passar pela CCJ, a recondução ainda terá de ser analisada no Plenário do Senado e receber pelo menos 41 votos favoráveis.
A decisão de Dilma pela recondução de Janot ao comando da PGR foi anunciada pelo Planalto no último sábado, 8. "A escolha da presidenta Dilma Rousseff acolhe, novamente, posicionamento da maioria dos membros do Ministério Público Federal, assegurando assim, de fato, a autonomia estabelecida na Constituição de 1988 a esta importante instituição da República", destacou nota do governo, divulgada quando foi oficialmente confirmada a escolha.
Em eleição realizada na última quarta-feira, 5, Janot foi o mais votado, conquistando 799 votos contra 462 do segundo colocado, o subprocurador Mário Bonsaglia. O novo mandato é de dois anos, mas a Constituição permite reconduções ilimitadas.
No âmbito da operação Lava Jato, Janot enviou na semana passada manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que os carros de luxo do senador Fernando Collor (PTB-AL), apreendidos na operação, não fossem devolvidos ao político. Depois disso, Collor xingou o procurador-geral da República de "filho da puta" em discurso na tribuna do plenário. O comentário foi captado pela TV Senado, em tom de sussurro. "Não vou polemizar com pessoas que estou investigando", rebateu Janot.