Brasília, 14 - O governo de Pernambuco divulgou nota dizendo "estar seguro" quanto à parceria firmada com a construtora Odebrecht para construção da Arena Pernambuco. A Unidade de Parcerias Público-Privadas, ligada à administração estadual, foi alvo de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira, 14, no âmbito da Operação Fair Play, que investiga suposto superfaturamento no contrato na obra.
"Com relação à Operação da Polícia Federal realizada hoje (14.08) na Unidade de Parcerias Público-Privadas, relacionada às obras de construção da Arena Pernambuco pela Construtora Odebrecht, o Governo do Estado de Pernambuco reafirma a disposição de prestar todos os esclarecimentos necessários", diz a nota do governo. O Estado informou ainda que a licitação para construir o estádio "observou todos os requisitos, prazos e exigências da Lei de Licitações e da Lei das Parcerias Público-Privadas (PPPs), tanto que foi julgada regular pelo Tribunal de Contas da União e pelo Tribunal de Contas do Estado", diz a nota.
Investigadores suspeitam que houve fraude na concorrência que viabilizou a parceria público-privada para a obra da Arena Pernambuco, firmada entre o Estado e a Odebrecht em fevereiro de 2010. A suspeita é a existência de um esquema de superfaturamento de R$ 42 milhões nas obras. Embora não figurem entre os investigados, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB-PE), ocupavam a presidência e a vice do comitê responsável pelo lançamento do edital para a obra. Em nota, o governo disse ainda que "reafirma sua posição de absoluta transparência na gestão de recursos públicos".
A Operação, deflagrada na manhã desta sexta-feira, tem o objetivo de coletar dados e informações relacionados à Arena Pernambuco, estádio construído em São Lourenço da Mata, região metropolitana do Recife, uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Contudo, foram apreendidos contratos e planilhas de outras três obras em estádios construídos ou reformados pela Odebrecht: Itaquerão (São Paulo), Maracanã (Rio de Janeiro) e Fonte Nova (Salvador-BA). A PF explicou que foi buscar os custos das demais obras para fazer uma comparação de preços.
Além da busca e apreensão na Unidade de Parcerias Público-Privadas, no Recife, foram cumpridos mandados na sede da Odebrecht, no Rio de Janeiro, e nos escritórios da construtora em São Paulo, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Brasília. Maior construtora do País, a Odebrecht foi a responsável por quatro estádios da Copa..