Brasília - Militantes do PT já começam a chegar ao auditório onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursará durante o "Ato pela Educação", organizado pelo partido. Embora o evento seja para falar de educação, a maioria dos militantes presentes até o momento não é ligada à área e sim a acampamentos do Distrito Federal do Movimento Sem Terra (MST).
Enquanto o auditório vai sendo ocupado por militantes do MST, do lado de fora, servidores federais da área de educação, que estão em greve há quase 80 dias, fazem um pequeno protesto contra o corte de investimentos na área e a falta de diálogo do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro.
Militantes do MST contaram à reportagem que foram chamados para participar do ato do PT. Eles disseram que não receberam ajuda de custo e muitos não sabiam do que se tratava o ato. Alguns receberam lanche, principalmente as crianças. "Recebi o convite para ver o Lula", disse uma senhora que carregava um bebê de colo e mora num acampamento em Planaltina.
Ainda de acordo com os militantes, os acampamentos são ligados à Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf). "Não sei por que viemos. Mas disseram que era importante para nossa luta", contou uma outra participante, que mora num dos acampamentos de Brazlândia.
A única que se identificou foi a trabalhadora rural Maria Rosileide Martins, de 39 anos, que mora num acampamento em Planaltina. Ela contou que o grupo fez uma "vaquinha" para ir ao evento e que a participação era importante para o movimento. "Cada atividade do partido é importante para nós", disse.