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Estado de Minas

Lula cai em grampo da Polícia Federal e demonstra preocupação com o BNDES

Alvo do grampo foi o diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar


postado em 15/08/2015 06:00 / atualizado em 15/08/2015 09:30

Brasília - Um grampo telefônico feito pela Polícia Federal, com autorização da Justiça, na Operação Lava-Jato mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com “preocupação em relação aos assuntos do BNDES”. É o que diz relatório da corporação sobre interceptações feitas em telefones de réus ligados à Construtora Odebrecht, que executa obras no exterior com financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

O alvo do grampo é o diretor de Relações Institucionais da empreiteira, Alexandrino Alencar. Em 15 de junho, às 20h06, antes de ser preso na Lava-Jato, ele conversa com Lula. O diálogo mostra que os dois estão preocupados com o BNDES, relata o delegado Eduardo Mauat ao juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, em documento datado de 30 de julho.

Na conversa, Alencar diz que Emílio Odebrecht — pai de Marcelo Odebrecht, que seria preso dias depois — gostou de nota do Instituto Lula explicando repasse de R$ 4,5 milhões da Construtora Camargo Corrêa para a entidade e a empresa de palestras do ex-presidente, a LILS.

DOAÇÕES
Na nota, o instituto lembrou das finalidades da organização, como o combate à pobreza e a integração entre os países africanos e latinos. A entidade já destacou a naturalidade das doações recebidas e afirmou que Lula não faz lobby para empresas, mas apenas palestras.

O relatório descreve resumos de grampos em 39 linhas telefônicas e duas contas de e-mail de vários investigados ligados à Odebrecht, após pedido de quebra de sigilos feito em maio pelos delegados da PF. Ao receber o documento, o juiz Sérgio Moro não considerou relevantes os diálogos. “Não constatou, a princípio, diálogo e mensagens muito relevantes”, avaliou o magistrado, que liberou os autos para acesso dos investigados e seus advogados.

Atentado investigado

A pedido do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a Polícia Federal vai investigar o ataque a bomba feito à sede do Instituto Lula, no Bairro do Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, em 31 julho. A sede do instituto foi alvo de um artefato caseiro lançado de um carro, por volta das 22h daquele dia. O explosivo danificou parte do portão da garagem e chegou a trincar a calçada. Ninguém saiu ferido e o instituto classificou o episódio como atentado político. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, já havia pedido, no início do mês, que a PF assumisse a investigação. O caso está sob investigação na 17ª DP. Em 4 de agosto, integrantes da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo encaminharam ao secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, pedido de audiência paras tratar do assunto. No dia seguinte, os 14 deputados da bancada petista na Assembleia foram ao instituto para prestar solidariedade ao ex-presidente Lula.


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