Empenhados em afastar a presidente Dilma Rousseff (PT) e seu partido do poder, movimentos contrários ao governo vão tomar as ruas de todo o país neste domingo, em um protesto de dimensões ainda desconhecidas. O Movimento Brasil Livre (MBL) estima atos em pelo menos 144 municípios brasileiros, já o Vem pra Rua lista 257 cidades. Em Minas Gerais, são pelo menos 34 cidades, sendo que Belo Horizonte deve concentrar a maior parte dos manifestantes, convocados a comparecer, às 10h, na Praça da Liberdade. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a CUT São Paulo também marcaram para domingo, a partir das 13h, um ato “em defesa da democracia” em frente à sede do Instituto Lula, em São Paulo.
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Em Maceió, Aécio convoca população para protestos deste domingoJustiça determina que empreiteira e Dnit façam acordo sobre obras paradas na BR-381Lula cai em grampo da Polícia Federal e demonstra preocupação com o BNDESEm vídeo nas redes sociais, Aécio chama população para protesto contra o governo DilmaCarreata convoca belo-horizontinos para o protesto deste domingo contra o governoPolícia Militar divulga informações sobre manifestação deste domingo em Belo HorizonteRelator acelera parecer para Janot permanecer no cargoRenan sinaliza que vai protelar votação sobre pedaladas fiscaisConstrutora Odebrecht vira alvo de mais uma operação da Polícia FederalPolêmica sobre uso de depósitos judiciais pelo governo de MG ganha contornos nacionaisOs movimentos que organizam a manifestação planejam levar de quatro a cinco trios elétricos e montar barracas temáticas na praça. “Haverá barracas sobre ideologia de gênero, estado mínimo, escola sem partido e sobre o impeachment de Dilma e extinção do PT”, afirma o empresário Syllas Valadão, do grupo Patriotas. O movimento marcou para hoje uma carreata que vai convidar a população a participar do ato de domingo.
“As pessoas estão cada vez mais interessadas e conscientes do papel do povo na rua”, afirma a médica Kátia Pegos, integrante do Vem pra Rua em BH, sem arriscar o público que vai comparecer ao evento. Segundo ela, no domingo, a manifestação será pacífica.
O Vem pra Rua vai também recolher assinaturas de quem apoia medidas anticorrupção propostas pelo Ministério Público (MP). Embora desta vez, partidos de oposição como PSDB e DEM tenham convocado pessoas a irem às ruas, Kátia afirma que o movimento é suprapartidário. “Achamos válida a ideia dos partidos participarem, mas não vamos abrir o microfone para políticos”, afirma a manifestante.
E tem gente que promete usar a irreverência para protestar, caso da advogada Ana Lúcia Vianna, de 52 anos, do Bloco dos Indignados. Ela vai à manifestação vestida de mandioca, ou melhor, de “Miss Mandioca Sapiens”.
TRÂNSITO Segundo o comandante de Policiamento Especializado da PM, coronel Robson Queiroz, a previsão é que os manifestantes ocupem a Praça da Liberdade e sigam para a Praça da Savassi, pela Avenida Cristóvão Colombo. O trânsito no entorno será desviado e algumas ruas serão interditadas. Segundo a BHTrans, empresa que administra o trânsito na capital, as mudanças no tráfego ocorrerão à medida que os participantes se movimentarem.
Na quarta-feira, houve confronto entre a PM e um grupo de manifestantes contrários ao aumento da passagem em BH por causa da interdição total de ruas no Centro da cidade. Questionado sobre a diferença de tratamento entre os dois eventos, o coronel justificou: “No domingo, o número de pessoas nas ruas é menor, o movimento é menor. Temos que considerar também que o evento (de domingo) foi comunicado previamente e tudo foi tratado para que não haja desordem.
Domingo dos caras-pintadas
O dia 16 de agosto não foi escolhido aleatoriamente para os protestos contra o governo Dilma Rousseff (PT). Nessa data, há 23 anos, em 1992, o então presidente Fernando Collor de Mello foi alvo de uma das maiores manifestações protagonizada pelos caras-pintadas. Em 13 de agosto, Collor fez um pronunciamento à nação, pedindo que usassem o verde-amarelo da bandeira brasileira, em seu apoio. Mas o que ocorreu foi o contrário, em 16 de agosto de 1992, que ficou conhecido como “domingo negro”, os brasileiros saíram às ruas de todo o país vestidos de preto, com os rostos pintados de verde-amarelo, pedindo a saída de Collor..